As penúltimas notícias sobre Yeshua/Jesus
Todas as informações sobre ele são penúltimas. Falta aquela que já foi anunciada, mas que ainda não chegou: o fim do tempo. Depois dele, o tempo do cristianismo são prorrogações acrescentadas, à espera do cumprimento pleno.
"Venha a teu reino": a única monarquia votada por unanimidade por todos e cada um dos cristãos que recitam o "pai nosso" . A única. Cada geração carregou as esperanças de ser a contemporânea do reino, resignando-se a ser dissolvida no pó sem ter o privilégio. Será chamada de novo na hora certa, sem falta.
Ano 3.700.
Esta breve história acontece durante a segunda metade do século que começa no ano 3.700, segundo o calendário hebreu. Ainda não haviam inaugurado o calendário cristão. Yeshua/Jesus nasce em 3.760 de seu tempo, no povoado a que pertencerá para sempre. Não era Betsaida e nem Tiberíades, as duas únicas cidades. Apenas um povoado. Não viajou, não emigrou, exceto quando ainda usava fraldas, seus pais tiveram de fugir para o Egito. Ali não foram encerrados em campos de refugiados para estrangeiros. Foram acolhidos. Como era habitual em tempos de uma outra humanidade.
Circuncisão e juventude.
Aos 13 anos, Yeshua/Jesus foi circuncidado, em obediência ao sinal da aliança com a divindade que em seus dias havia inaugurado Abrão. Todos os jovens de seu povo o faziam. Talvez com uma festa. À partir desse momento poderia fazer a leitura pública das paginas sagradas na sinagoga. Em um ano poderia casar. Se ocorreu, sem duvida, foi com Maria Madalena. Também podia trabalhar, era um homem e não um jovem.
Um tempo de guerras.
Seu pai, o terreno, era judeu, da tribo de Judá. O nome é tribo mesmo, como as de nossos indígenas. O pai de seu pai era judeu de Bet-Lehem/Belém. Emigrante do Norte, da Galiléia, região que limita com o Líbano, a Suíça, a região mais culta, daquele tempo. O sul emigrava com frequência para o norte buscando uma vida melhor. Não sopravam bons ventos entre o norte e o sul. Pelo contrário, haviam estaladas guerras entre os hebreus do norte contra os do sul. Estavam separados, como se houvesse um abismo entre eles, desde a morte de Salomão, o Magnífico, rei e arquiteto do primeiro Templo de Jerusalém. Estavam separados até no culto.
Uma história judia.
Estas linhas servem para justificar o ponto de partida: esta é uma história judia. Desta cepa brotará o cristianismo, que se desenvolverá em outro lugar. Não em Israel. Também se desenvolverá com uma língua diferente da que falava Yeshua/Jesus. Os evangelhos, que conhecemos, foram escritos em grego. Mas o fato é que o Mashiaj/Messias é uma esperança hebreia. O mais hebreu que foi dado ao mundo é o Mashiaj/Messias. Desde sua cabeça até o solo, se derrama o jorro do azeite santo, "shemen tov", da unção. Impregna sua figura da cabeça aos pés. Desde o princípio, até o fim.