As principais mudanças que impactarão as campanhas eleitorais
A eleição será regida sob novas regras, aprovadas na minirreforma política promulgada em setembro de 2015. Os candidatos serão oficializados em 15 de agosto, não mais no início de julho, como ocorria até 2014. As campanhas eleitorais durarão 45 dias, metade do que era antes. O horário eleitoral gratuito no rádio e na TV será transmitido durante 35 dias, 10 a menos que nas eleições anteriores. O voto será impresso e o eleitor deverá conferi-lo antes de concluir a votação. Outra mudança é que, desta vez, haverá mais tempo para inserções comerciais do que para o programa eleitoral gratuito, o que pode encarecer as campanhas, que neste ano não terão o financiamento de pessoa jurídica - as empresas não participarão diretamente delas (apenas via caixa dois). Com poucos recursos financeiros legalizados, as campanhas online certamente ganharão mais importância. A internet e as redes sociais ainda não são os principais meios de informação que os eleitores utilizam para a tomada de decisão do voto, mas vêm ganhando força. É a plataforma que mais cresce. Deu um salto estratosférico da penúltima para a última eleição - de 3% para inacreditáveis 19%. A televisão continua sendo a principal fonte de informação para 51% dos eleitores, seguida pela conversa com amigos, parentes e colegas mencionada por 22%.
O velho contra o novo candidato.
Há um fator decisivo que não vem sendo analisado a contento pelos componentes das campanhas eleitorais - a volatilidade do voto. O voto está no ar. A decisão de voto do eleitor está cada vez mais tardia e ao mesmo tempo, mais volátil. Esse processo se dá não por alienação do eleitor, mas sim porque ele está esperando até o último momento para decidir o seu voto com convicção. Eleitor cego pelas "delícias do paraíso que virou inferno" só existe, em quantidade, em Campo Grande.
O espaço de tempo para a formação das opiniões será mais curto, portanto, poderia se imaginar que o atual prefeito de plantão concorrerá com alguma vantagem. Todavia, todos sabem de sua inépcia e um mandato em "parafuso contínuo", rumo a esfacelar-se no chão, como um avião sem comando. Não é possível afirmar que os mais conhecidos sairão vencedores, pois há um grande desejo de mudança na forma de se fazer política. Tudo isso que está aí, a política como foi feita nos últimos decênios, ganha, a cada dia, mais e mais rejeição. Como demonstra a pesquisa feita em dezembro pelo Ibope mostrando que a maioria - 54% - afirma que votaria, com certeza, em um candidato que não tivesse experiência política. Outro dado com alguma relevância é que 40% declararam que votariam em um candidato de oposição ao atual. O novo, definitivamente, iniciará a campanha eleitoral melhor posicionado que o velho. Todavia, a volatilidade e o retardamento da decisão do voto, é que darão a definição da campanha.
A Anarquia voltou. Os black blocs dominam o cenário político.
O enredo é o mesmo de 2013. As camisetas, bandeiras e lenços com "A" de anarquismo saíram dos armários. Os governantes, por enquanto de São Paulo e do Rio de Janeiro, conseguiram a façanha: ressuscitaram a força adormecida dos jovens extremistas, decretaram o aumento da passagem de ônibus. Como em Campo Grande, aumentos abusivos e cobertos de dúvidas de corrupção. Bastam alguns centavos desviados para que prefeitos e assessores recebam propinas milionárias.
Desta vez grupos políticos e a juventude de partidos como o PC do B, PSOL e PSTU, travaram uma batalha campal com os black bloc pelo comando das passeatas que sempre terminam em batalha campal. Foram derrotados. Em São Paulo as bombas caseiras, pedras e porretes dos black blocs dominaram a Avenida 23 de Maio. No Rio de Janeiro o alvoroço criado pelas bombas de gás de pimenta ocorreu na estação Central do Brasil.
Dessa vez a polícia conseguiu refrear sua disposição de devolver a agressão por um bom tempo. Os "Robocops" (PM de São Paulo com fardas que se assemelham ao do personagem cinematográfico) ficaram encurralados por um bom tempo. Terminaram respondendo às agressões e jogaram bombas, espancaram e prenderam 17 black blocs. No Rio de Janeiro, após três horas de passeata pacífica, somente acompanhada de perto pelos policiais, acabou em uma onda de violência quando os black blocs lançaram bombas e pedras em um prédio da Guarda Municipal. Como em outro filme, os bancos e viaturas governamentais foram destruídos e a população entrou em pânico. Nada como um país de gente pacífica, alegre e indolente. Nada como "bons" governantes de Norte a Sul. Década perdida? Talvez. Mas não pode restar dúvida de que temos uma geração de políticos da mais elevada incompetência.
O boi 7-7-7 enfim leva riqueza às terras da pecuária.
Produzir mais e melhor é um sonho antigo do que há de melhor no meio da pecuária. Acrescente-se ao mais e melhor, em menor tempo. Mas para conseguir resultados satisfatórios há necessidade de planejamento. Algo que somente as novas gerações de pecuaristas se dispõem a praticar.
A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo é a autora da proeza; desenvolveu uma tecnologia inédita para a produção de gado de corte. O denominado boi 7-7-7 tem como resultado um animal com sete arrobas na desmama (o primeiro 7 do nome), sete na recria (o segundo 7) e sete na engorda (o terceiro 7). Totalizando 21 arrobas no momento do abate. E o melhor ainda, esse resultado é obtido em dois anos, ao contrário dos tradicionais três anos. Além da produção precoce, liberando o pasto para outros animais, aumenta em até 30% os lucros do pecuarista.
As pesquisas começaram há 10 anos. No final do ano passado, o método foi apresentado aos pecuaristas em Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rondônia, Minas Gerais e Tocantins. Tornou-se o centro dos debates e interesses dos mais jovens, ainda que com alguma cautela dos mais velhos. O trabalho exige diversas ferramentas, comuns aos jovens pecuaristas; elas ensejam melhor planejamento que deve ser realizado em plataformas da internet, manejo de pasto e despesas adicionais com suplementação alimentar.
Palavras vazias de significado.
Com frequência nos encontramos com termos vazios de significado - o "bem viver", é um dos exemplos. Todo mundo quer uma boa vida. Os bilionários querem uma boa vida. Os indígenas querem uma boa vida. Os moradores do centro de Campo Grande também querem uma boa vida. A grande questão não é o bem viver em si, e sim como as pessoas preenchem esse conceito com um significado particular. Ninguém dirá que é contra o bem viver. É um conceito vazio, em relação aos quais todos serão a favor.
Sustentabilidade é outro exemplo. Também está entrando nessa modinha o "direito à cidade". Todo mundo quer sustentabilidade. Todos querem ter direito à cidade. A questão é: qual sustentabilidade? Direito à cidade de quem? Passou da hora de usar esses termos, temos de começar a usar pautas específicas. Buracos nas ruas é um exemplo. Habitação é outro. Produzir fortunas usando os estragos do Rio Anhanduí é um exemplo recorrente. A retirada da rotatória da Via Park com a Mato Grosso não pode sair de pauta. A situação da população da Cidade de Deus é um deus nos acuda. O total desleixo da merenda escolar e da falta de medicamentos nos postos, precisa de ordens do Papa para serem resolvidos. A contratação de mais de mil cargos comissionados, e de secretários incompetentes, não pode ser esquecida. Não é viver bem, é viver o cotidiano de uma cidade esfacelada por prefeitos e vereadores que usurparam o poder, que nunca poderiam ter assumido.
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