Das "mãos quentes" para as "mãos frias". A robótica cresce em ritmo acelerado
O robô será meu amigo. A robótica deste século será o que a indústria automobilística foi para a economia do século XX.
Os robôs substituirão os carros no fluxo do comércio internacional. Alguns fatores corroboram essa virtual certeza de dez entre dez pesquisadores da ciência da automação. Um deles, o mais óbvio, é a tendência à ampliação - praticamente sem limite - da produtividade da economia, que empurrou a manufatura para a robotização. Outro que se destaca é o envelhecimento populacional. A demanda por cuidados de longa duração dos mais idosos tem sido um dos maiores estímulos para a indústria de robótica e já provoca uma corrida entre os países (é claro que o Brasil ainda engatinha nessa área) para ver quem colocará no mercado mundial - em mercados locais eles já estão presentes - o primeiro modelo capaz de atender com mais eficiência às necessidades domésticas desse segmento da população. A robótica focada no envelhecimento cresce a um ritmo tão acelerado que a Comissão Europeia começa a discutir uma lei específica (EU Robo-Law) para determinar quais tarefas poderão ser transferidas das "mãos quentes" para as "mãos frias". A projeção que o mercado europeu está fazendo é de vender 24 milhões de "robôs cuidadores de idosos" entre 2014 e 2017.
Há um mês, o modelo Pepper, desenvolvido pela Aldebaran Robotics, vendeu mil exemplares em um minuto de internet. É um recorde que celular nenhum consegue ultrapassar - um minuto, um mil robôs. O Pepper é um "robô social". Reconhece e reage a emoções da pessoa com quem conversa, além de realizar tarefas domésticas. Um dos maiores concorrentes do Pepper é o robô Giraff (uma tela sobre rodas com um longo pescoço), a expectativa é de um custo de menos de 500 euros mensais para o aluguel, além de 1 mil euros para adaptar a máquina às necessidades do idoso (customização).
Nonna (vovó) Lea, a blogueira italiana de 94 anos e seu robô Mister Robin.
Lea Mina Ralli, uma italiana de 94 anos, testou um robô durante meses. Ficou famosa com seu blog e muitas entrevistas. Foi levada para gravar o vídeo promocional do robô, onde ela diz: " O projeto (do robô) se chama GiraffPlus, mas eu o chamo de Mister Robin. A primeira vez que vi o robô, pensei que era como um mordomo inglês me ajudando e me trazendo coisas". Essa é a expectativa dos idosos em relação aos robôs. Elas tendem a interagir com o robô como se fossem humanos. Criam empatia. Foi o que ocorreu com a quase totalidade dos testes. No primeiro momento há muito receio e medo em relação à possibilidade de um movimento brusco do robô. Também ocorre repulsa. Porém, em pouco tempo, o idoso desenvolve uma relação amistosa, até mesmo de cumplicidade com a máquina que tanto o auxilia bem como o torna bem mais independente de filhos e parentes.
Funcionários do posto de saúde não atendem os pacientes. Estão conectados no WhatsApp. O vício da conexão invadiu nossas vidas.
Vivemos conectados querendo nos desconectar. A notícia diz respeito ao posto de saúde Dr.Gunther Hans, o homem que é um símbolo da fraternidade em nossa cidade. Mas ela é manca. Os trabalhadores estão todos conectados em seus afazeres. Os endinheirados também. Todos estamos. Mas queremos nos desconectar. Como se readquiríssemos nossa liberdade.
Não é estranho que sempre ouçamos: "vamos nos desconectar no fim de semana. Na verdade é apenas mais um paradoxo. Talvez o mais importante deste novo século. O que tem a conectividade que nos aprisiona tanto? Se você não estiver conectado, não se sente no mundo. Há uma forte dose de narcisismo em uma cultura que se orgulha de pendurar na rede toda sua vida e todos seus movimentos (até os exclusivíssimos de ordem sexual). Vale tudo: fotos, opiniões, símbolos, gostos e....preconceitos. É a maneira encontrada pelo mundo contemporâneo de recriar o sentimento de pertencimento.
O imediatismo é outra faceta da conexão. Nos leva até o extremo de dirigir enviando mensagens. Arriscamos a vida por não termos paciência. Tem pressa quem manda a mensagem e tem pressa quem a recebe. Aceleramos nossas vidas inutilmente. Talvez pensando que ultrapassaremos a barreira da própria vida, pois a do som e da luz ficaram para trás.
Lucro é meu nome. O sobrenome é agronegócio.
Lucro. Lucro. Nunca se viu tanto lucro em alguns setores do agronegócio. É um oásis no deserto da crise. Fibria, lucro de R$ 2,3 bilhões no segundo trimestre de 2015. BRFoods, lucro de R$ 7,9 bilhões no segundo trimestre. Minerva Foods, lucro de R$ 166 milhões no segundo trimestre. Fertilizantes Mosaic, lucro de US$ 391 milhões no segundo trimestre. O Mato Grosso do Sul tem força nesse setor? Ou é propaganda enganosa? Tantos bons resultados no campo teriam de refletir nas cidades.
Bunge - negócios em baixa, mas lucros em alta.
A empresa de agronegócios norte-americana Bunge registrou a diminuição de seus negócios no campo, o lucro, porém, cresceu 27%, alcançando US$ 349 milhões. Uma beleza para um país em crise.