Drácula, a beleza nublada do sangue
Com sua novela "Drácula", o escritor Bram Stoker conseguiu criar uma criatura fabulosa que se converteria em um arquétipo, chegando a alcançar a dimensão da ciência. Sim, Drácula saiu de um livro de ficção e foi parar nos manuais científicos.
O nome Drácula seria utilizado para batizar um peixe. Um pequeno peixe que perdeu os dentes em sua evolução e, posteriormente, desenvolveu um par de presas de osso muito peculiares. São gigantescas em relação a seu corpo. Esse peixe é conhecido cientificamente como "Danionella drácula". Só tem 17 milímetros de comprimento e é encontrado em Myanmar.
Vlad, o Empalador.
Não é demais recordar que a novela de Bram Stoker, publicado em 1897, se valeu do nome e das cruéis ações de um nobre romeno. Em meados do século XV, Vlad Drăculea, também conhecido como "Vlad, o Empalador", aquele que mandava enfiar longas estacas pontiagudas no anus de seus inimigos, até que saíssem na cabeça, é um misto de homem macabro para a maioria de seu povo e, para os nacionalistas de direita, o "grande defensor da Romênia".
Desde a publicação do livro de Bram Stoker, nenhuma história de vampiros fará sombra a figura do misterioso conde que habita um castelo dos Cárpatos, que foge dos espelhos e que se nutre do sangue humano.
Uma legião de vampiros.
Bram Stoker, todavia, não se baseou tão somente na vida desse sanguinário conde romeno, foi bem mais longe. Leu a "Vida de Apolônio de Tiana", do ateniense Filóstrato. Na Grécia e na Roma Imperial os vampiros eram uma legião de demônios e não apenas um homem sugador de sangue. Filóstrato converte essa legião em mulheres que seduzem jovens. Ao longo dos séculos, o vampiro foi mudando de morfologia.
A formiga drácula.
O peixe que leva o nome de drácula quando atacado por outros machos se defende com seus longos e pontiagudos dentes. Apesar do tamanho, essas presas não causam grandes ferimentos em seus adversários. Servem mais para atemorizar. Não é o caso da "formiga drácula". A "Adetomyrma venatryx" é um gênero de formiga, que vive no sudeste asiático e na Oceania, é capaz de morder a inacreditáveis 320 quilômetros por hora. Trata-se do movimento animal mais rápido já registrado no planeta. É 5 mil vezes mais rápido que um piscar de olhos humano. Usam esse movimento brusco para atacar outros insetos e sugar o "sangue", a hemolinfa, seu líquido nutriente.