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Em Pauta

Empatia: alguns mais iguais do que outros

Mário Sérgio Lorenzetto | 03/05/2020 07:00
Campo Grande News - Conteúdo de Verdade
O colapso do funcionamento social normal pode ser estudado em laboratório? Há comprovação científica da empatia? Assistir a uma pessoa sentindo dor ativa nossa própria matriz cerebral da dor. Essa é a base da empatia. Cientistas levaram cristãos, judeus, hindus, muçulmanos e ateus a um laboratório. Furaram as mãos deles com seringas. E, com equipamentos sofisticados, mediram o que ocorria em seus cérebros.


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Sinto empatia com quem é do meu grupo.

Em média, o cérebro daquelas pessoas mostrou uma reação empática maior quando elas viam alguém de seu grupo sentindo dor, e uma resposta menor quando era um membro de fora do grupo. O resultado é digno de nota, uma vez que eram apenas rótulos que poderiam ser mentiras. Imaginem quando não há dúvida, que é o caso da cor da pele ou outro atributo físico qualquer. Assim o resultado não gira fundamentalmente em torno da religião e sim do grupo a que você pertence.


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O teste com dependentes de drogas e sem-teto.

A Universidade de Leiden, na Holanda, realizou teste similar ao das religiões. Procuraram alterações na rede social do cérebro, em particular no córtex pré-frontal medial (CPFM). Essa é uma região que se torna ativa quando você interage com outras pessoas ou pensa nelas. Mas não é ativa quando lidamos com uma xícara de café, com objetos inanimados. Mostraram fotos de diferentes grupos sociais aos voluntários. Dentre eles, haviam dependentes químicos e sem-tetos. Descobriram que o CPFM é quase inativo quando as pessoas observam um sem-teto. É como se aquela pessoa, um sem-teto, parecesse um objeto.


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Desumanização.

Em outras palavras, o sem-teto tornou-se desumanizado. O cérebro o vê mais como objeto e menos como gente. As regras morais reservadas para os humanos deixam de ser aplicadas para os sem-teto.


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Os velhos viraram xícara de café?

Não é de hoje que os mais idosos são tratados com desprezo por algumas correntes científicas e ideológicas. "São inúteis", pois que morram. Começou na Inglaterra, passou pelos Estados Unidos com muita força e foi parar na Alemanha nazista. Chamava-se "eugenia". A desumanização é um componente fundamental do genocídio.
Há uma força eficaz de manipulação neural que tem sido praticada há séculos: a propaganda. No momento, a grande propaganda que vem sendo incutida nos cérebros dos brasileiros é da determinação da morte dos idosos. A base é ultra-simplista: não há o que fazer, dizem eles. Deixem que os velhos morram. Só não dizem que a ciência provou que com os braços cruzados contra o covid-19 estão sendo roubados dez anos de vida dos idosos. Viramos xícaras de café?
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