Especialistas internacionais em arte ditam regras de um mercado de R$ 150 bi
O jogo do mercado da arte internacional
No mercado da arte, os artistas são personagens secundários. Há uma forte relação entre os mundos da arte e das grandes finanças. O mercado de arte pode servir tanto para especular quanto para salvaguardar investimentos. As obras de Pablo Picasso, Matisse e Andy Warhol são as blue chips (ações mais rentáveis e seguras do mercado financeiro) desse mercado, têm comprovada estabilidade, altos preços e lucratividade assegurada. Esta é a ponta da financial art.
A mera especulação envolve um jogo mais complexo no qual os grandes apostadores são quase sempre "donos do cassino" e têm todas as fichas. São os famosos marchands das grandes galerias, depois os leiloeiros da Sotheby' s e da Christie' s e, finalmente, os grandes colecionadores. É esse grupo que controla o fluxo de obras de arte. Em 2009, esse mercado movimentou R$ 150 bilhões.
Um caso célebre da influência dos marchands é Paul Durand-Ruel, que comprava as telas, vendia e apoiava os impressionistas. Ele chegou a ser proprietário de 12 mil quadros, de Monet, Renoir, Degas, Sisley, Pissarro e Manet, entre outros pintores.
Paul Durand-Ruel entendia a importância do mercado de arte se associar ao financeiro. Ele e outros marchands também sabiam como elevar o valor da obra de um artista, com leilões falsos e vendas jamais concretizadas com valores acima do mercado.
Qual o melhor chefe para mulheres?
A mulher que deseja ser bem-sucedida profissionalmente e avançar na carreira precisa escolher um chefe homem que tenha filhas e cuja esposa trabalhe fora de casa. Parece brincadeira, não é? No entanto, reportagem da revista norte americana The Atlantic
tirou essas conclusões, nada precipitadas, de pesquisas acadêmicas desenvolvidas nos EUA.
Por exemplo, os gerentes homens geralmente pagam salários menores aos funcionários depois que têm filhos, mas isso não acontece quando são filhas. E, se a primogênita é menina, o chefe costuma dar aumento para as funcionárias. Por sua vez, chefes cuja esposa é dona de casa tendem a promover menos suas funcionárias e crer que organizações com mais mulheres funcionam pior. É provável que essas conclusões tenham validade deste lado do Equador. Vale a pena pesquisar sobre seu chefe.
Crianças sonâmbulas
É triste ver esse espetáculo que se tornou tão habitual, das crianças que agem como sonâmbulos, crianças alheias a seus pais e ao mundo exterior, olhando iPads nas mesas dos restaurantes. Crianças em grupos que, todavia, não se relacionam entre si, porque cada uma está absorta na realidade isolada e fantástica de sua máquina, em uma fantasia que não tem a sofisticação do exercício social que é o fundamento dos jogos compartilhados.
Uma criança é uma máquina de interrogar o mundo, um olhar curioso e faminto por descobrir a maravilha daquilo que o adulto vê como comum e racional. Uma criança sentada à mesa com a família está assistindo a uma aula de grande importância para sua vida, porque nessa aula aprenderá coisas tão difíceis como a paciência, a atenção e o respeito para com os outros, a diplomacia das relações com cada um deles, o refinamento de uma necessidade imediata e orgânica - a alimentação em grupo ou família é depois de uma necessidade para o corpo, uma sala de aula, uma elaborada cerimônia social. E está desaparecendo.
Hipsters de Nova York diferenciam-se pelo gosto
Os hipsters em termos gerais são identificados por usar calças jeans coladas (skinny) e grandes óculos, botas e chapéus, barbas longas e combinações de gostos que
passam pelo hippie. Beat e grunge também fazem parte deste grupo social. O problema é que, usualmente, quase ninguém aceita a identificação com o grupo, pois, outra característica dos hipsters está na busca pela autenticidade e pela originalidade – eles procuram se diferenciar pelo gosto. O local de Nova York que é identificado pela presença dos hipsters é a região de Williamsburg, no Brooklyn.
Contudo, aquilo que os hipsters provam é que a questão do gosto ou da originalidade nunca passa apenas pela estética. A distinção de um determinado grupo acaba por se tornar um mecanismo de poder. Certos grupos se colocam em posição de autoridade através da escolha de representações simbólicas que exteriorizam sua superioridade: o gosto pela arte, pela música e até mesmo por certos tipos de comida são formas de classificar e elitizar grupos sociais.
Os hipsters são a expressão social da “gentrificação”: o processo de melhoria de um determinado bairro de uma cidade, que afasta os antigos moradores de classes mais baixas e traz novos moradores mais afortunados.
Os hipsters e tantos outros grupamentos sociais são uma forma de demonstrar as coisas que você prefere, os gostos que você acredita possuir, que o transformam em uma pessoa única. São representações da sua classe social, da sua profissão e daqueles com os quais você convive.
A identificação de uma autoridade não passa apenas pelas roupas, mas também por aquilo que a pessoa come - comidas mais refinadas ou da moda. Não é suficiente a superioridade econômica: é necessário ser superior “no espírito”, é isso que a diferenciação entre grupos produz.
Texanos inspiram a “bovinocultura” do MS
Fenômeno semelhante se dá com os chapéus, botas, camisas quadriculadas e fivelas dos texanos. Como importantes produtores de bovinos e “desbravadores de imensas planícies” – o entendimento de desbravar é de como eliminar ou cooptar mexicanos e indígenas – o povo texano, e sua cultura, foram copiados pelos seus semelhantes do Mato Grosso do Sul, que instalaram a bovinocultura.
Os hipsters, portanto, estão apenas reafirmando uma estrutura social na qual ocorrem conflitos por dominação através da cultura. Ainda não há movimento que se assemelhe em nossa terra.
O problema da projeção de uma aristocracia do gosto não está apenas na diferenciação cultural. Aqueles que estão abaixo não podem ocupar os postos de trabalho e as posições políticas daqueles que fazem parte da “elite”. Os hipsters são tão “originais” quanto o discurso de alguém que representa oligarquias econômicas se apresenta como agente da mudança social; estará mais preocupado em ampliar os imensos poderes de seu grupamento cultural, social e econômico.