Finados: "Do pó viestes, ao pó voltaras". Das pedras às flores
A tradição cristã de levar flores e cultuar os mortos remonta ao judaísmo. No primeiro século após a morte de Cristo, seus seguidores começaram a visitar os túmulos de seus mortos mais queridos. Apenas rezavam, eventualmente, colocavam pedras sobre o túmulo. Segundo o judaísmo, as pedras não murcham, como ocorre com as flores. Como religião originária do judaísmo, o catolicismo deu sequência à história de Abrão, aquele que se preocupou em fazer o sepultamento de sua esposa Sara, quando teria sido construído o primeiro campo santo, o primeiro cemitério.
Pirâmides e Taj Mahal.
Ainda que não seja exclusividade judaico-cristã - as pirâmides e o Taj Mahal, são prédios para sepultamento de autoridades ou pessoas queridas - será o catolicismo a criar a maior celebração para seus mortos. Às flores parecem surgir apenas quando o catolicismo migra do Oriente para a Europa, unindo-se, nesse caso, às solenidades dos druidas e sua adoração à flora.
O dia fixo de veneração aos mortos.
Aos poucos, a prática de visitar cemitérios e levar flores ficou mais frequente. No ano 732, o papa Gregório III autorizou as capelas a realizarem missas em memória dos falecidos. Nos anos 900, a abadia de Cluny, na França, o maior centro de estudos teológicos dessa época, estabeleceu uma data fixa para essa cerimônia de visitação a cemitérios. Não demorou para o 2 de novembro ser adotado em toda a Europa. A rápida expansão desse costume está ligada ao ano 1.000, quando os católicos pensavam que o mundo acabaria. As orações seria essenciais para quem desejasse ir ao Paraíso nesse dia final.
Dois dias de veneração aos mortos.
A ideia inicial era de criar dois dias de veneração aos mortos. O primeiro dia de novembro seria consagrado aos mortos que nunca tinham cometido pecados. O dia 2 de novembro seria dedicado àqueles que morreram com seus pecados perdoados, mas estariam no Purgatório. Só sairiam do Purgatório, em direção ao Paraíso, aqueles que fossem auxiliados com orações de seus parentes e amigos vivos.