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Em Pauta

Há viabilidade para a agenda de Guedes com Lira e Pacheco?

Mário Sérgio Lorenzetto | 07/02/2021 09:30
Campo Grande News - Conteúdo de Verdade

Muita festa. Muita champanhe. "Agora vai". Com as vitórias expressivas de Lira e Pacheco no Congresso, criou-se a impressão de que a agenda ultra-liberal de Guedes finalmente fluirá, será aprovada. Há muito, inventaram a falsa impressão de que Rodrigo Maia impedia que ela avançasse. Guedes e Maia são representantes de polos empresariais que podem ser antagônicos. Esses polos continuam em litígio e continuarão se entrechocando, mesmo com os novos mandatários da Câmara e do Senado. O primeiro obstáculo para Guedes não está no Congresso. Vive e tem força no Executivo. São ministros e assessores que influenciam para que a agenda Guedes não avance. O tempo também concorre contra o avanço da agenda econômica. A janela para aprovar propostas é pequena. O limite máximo é setembro. À partir daí, os parlamentares só se interessam pelas eleições de 2022.


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Empresários não acreditam que o centrão adote austeridade.

Os agentes do mercado estão esperançosos. Acreditam que é possível um destravamento da agenda de Guedes. A visão geral é positiva, mas há enorme desconfiança. Alguns dos maiores empresários brasileiros vieram a público mostrar receio com o protagonismo do centrão. Historicamente, esse grupo não têm compromisso com qualquer tipo de austeridade.


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PEC emergencial é caixa de maribondos.

O Orçamento ainda não foi aprovado. Essa é uma aberração do Congresso. Uma das dificuldades para aprová-lo está em encaixar investimentos e programas no pequeno espaço que o governo têm para despesas discricionárias - aquelas que não são obrigatórias. Isso abre disputas internas no Executivo e no Congresso sobre a alocação de recursos escassos. A PEC emergencial, resumidamente, propõe uma série de medidas de cortes de gastos, como redução de jornadas e salários de servidores públicos. Lira e Pacheco deram declarações de que se esforçarão para aprová-la. O governo também vê a medida como prioridade. Mas não será fácil.


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Um programa de assistência social.

A PEC emergencial é vista como um caminho para abrir espaço no orçamento para a criação de um novo programa de assistência social, que substituiria o auxílio emergencial. A pressão por um novo benefício têm crescido. As tentativas para emplacá-lo esbarraram nas restrições orçamentárias, em especial no teto de gastos. Lira e Pacheco defendem um novo programa de assistência social. Bolsonaro dele necessita para ter tranquilidade nas eleições de 2022. Guedes não o tolera. Deixa claro que só aceita negociá-lo se o teto de gastos for respeitado, uma forma elegante de dizer que não ocorrerá. Esse é um dos maiores dilemas do Executivo e do Legislativo. Ninguém quer responder onde cortar as despesas para criar um novo programa social. Que tal cortar as emendas parlamentares


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Reforma administrativa.

Em setembro passado, Guedes entregou seu projeto de reforma administrativa. O texto propõe acabar com a estabilidade para grande parcela dos futuros funcionários públicos. Também elimina parte dos benefícios, os chamados "penduricalhos". A proposta exclui o judiciário e os militares. Lira e Pacheco se comprometeram com o avanço do projeto. Ainda que enfraquecidos, terão de enfrentar os sindicatos de servidores público. É um momento impar para a aprovação desse projeto. Os sindicatos de funcionários terão dificuldades de colocar grande manifestações nas ruas.


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Reforma tributária.

Entre as principais pautas discutidas, a reforma tributária é a que tem mais indefinições. Extremamente difícil de avançar. Há um projeto do executivo, um segundo da Câmara e outro do Senado. A maioria dos empresários não aprova nenhum deles. Há diferenças de alcance e de abrangência entre eles. Todos propõem a unificação de tributos para simplificar a arrecadação de tributos. Não se sabe qual será a versão adotada como principal. Também há conflitos de difícil solução na comissão mista parlamentar que analisa a reforma tributária. Talvez a mais importante agenda de todos os governos. Todavia, desde Sarney, jamais conseguiu avançar. O único momento em que foi possível sonhar com a reforma tributária, começou com Lula, acompanhado de todos os governadores, entrando no Congresso com uma proposta de mudanças. Foram aclamado pelos deputados e senadores. A proposta não avançou um milímetro sequer.... Prestem atenção no provável engodo. Se Guedes e o Congresso colocarem a reforma tributária para ser a primeira debatida, sinalizarão que nada mais será aprovado.

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