Isolamento com fome. Paz depois da pandemia?
Sincronismo é a palavra que melhor explica uma organização disposta a conquistar bons resultados. Onde não há sincronismo, os resultados tendem a ser catastróficos. Essa a realidade brasiliense. Em nenhum momento o executivo e o legislativo andaram juntos. Em momento algum, os ministérios e o presidente estiveram falando - e praticando - a mesma linguagem. Todos, sem exceção, buscaram tão somente os holofotes.
O passo a passo do combate à pandemia.
Tivemos tempo suficiente para nos prepararmos para a chegada do vírus. As medidas sanitárias e econômicas deveriam ocorrer ao mesmo tempo. Dinheiro na conta dos mais humildes e dos pequenos e médios empresários junto com o isolamento. Só os despreparados podem imaginar que alguém ficará em casa com a barriga roncando. Só seus colegas no quesito falta de preparação, podem sonhar que essa é uma gripezinha.
O cofre arrombado.
Enquanto os ministros batiam a cabeça e se preocupavam com seus cargos, o Congresso tomava medidas espertas. O dinheiro do cofre do ministério da economia foi primeiro para auxiliar os políticos dos estados e municípios. E continua a sofrer um gigantesco ataque.... Governadores e prefeitos ensandecidos pela porta arrombada dos cofres de Brasília, nada fazem. Não reduzem o ICMS, o IPTU, não auxiliam o empresário e nem a população.
Somente holofotes e nada mais.
Holofotes, desejam apenas aparecer na televisão e nas redes sociais dando ordens e contra ordens sem nenhum embasamento. Sem o mínimo exigido para combater o vírus que é a testagem em massa da população. De onde tiram as ordens para todos ficarem em casa? E de onde saem as contra ordens para irem às ruas? Dos holofotes. Se Brasília é um cemitério de preparados, governantes locais - governadores e prefeitos - nem mesmo sabem o que fazer. E nem se interessam em aprender. Somente os testes do novo coronavírus podem embasar uma ordem. Sem eles, estamos em um avião, em viagem noturna, sem GPS. Perdidos.
Teremos paz após a tormenta?
Há 1.500 anos, o mundo presenciou uma pandemia quase idêntica à atual. Todos confinados em suas casas, a economia parada, não havia medicamentos para curá-la, os militares nas ruas guardando a ordem mínima, médicos contagiados trabalhando até a exaustão, milhares de falecidos diariamente... a diferença é que aquela pandemia foi causada por uma bactéria e não por um vírus. A peste bubônica matou de 5.000 a 10.000 pessoas por dia. Mas, narra Procópio de Cesárea, escritor que nos legou a narrativa completa dessa pandemia, ao final, veio uma imensa paz. Os políticos deixaram, por um longo tempo, de criarem confusão, de se atacarem. Teremos paz no Brasil? Duvido.
Testes, somente testes nos conduzirão na escuridão.
Número de mortos? Números de infectados para tomar decisões? Essa é uma dança macabra. Mostra o despreparo das autoridades. Gente movida por determinações empresariais. Gente que não sabe onde fica o baço. A única função deles é arrumar dinheiro e vendedor de testes e de respiradouros. Quem tem o dever de nos mandar para casa ou para a rua são as autoridades sanitárias. Mas, ainda assim, as autoridades que vão à televisão nos dar o diagnóstico e o que fazer de cada dia, e não fazer longas arengas, proselitismo politiqueiro. Mas os testes são produtos raros no Brasil. Veja o vergonhoso quadro de testagens em alguns países ocidentais. Observe que a Itália e os EUA iniciaram os testes dentro da curva ascendente da epidemia. Já a Alemanha e a Bélgica além de testar boa quantidade de habitantes, começou bem cedo. O quadro mostra o número de testes por um milhão de habitantes.