No início, o petróleo era servido como remédio
Tome um copo de petróleo no início da manhã, essa era a utilidade do “óleo de pedra” na Antiguidade e nos Estados Unidos por volta de 1.850. Não sei se quem o tomava permanecia vivo nesse dia. Mas o fato é que o petróleo medicamentoso atravessou séculos e oceanos.
Religião e asfalto.
Em várias regiões do Oriente Médio uma substância lodosa, chamada “betume” já era mencionada na Mesopotâmia três mil anos antes de Cristo. O manancial mais famoso dessa substância, ficava perto da Babilônia, onde hoje fica Bagdá. O betume se constituía em artigo de comércio no Antigo Oriente Médio. Era usado como argamassa nas construções. Estava nas muralhas de Jericó e da Babilônia. A arca de Noé e a cesta de Moisés provavelmente foram revestidas, à moda da época, de betume, para se tornarem impermeáveis. Era também usado na construção de estradas, e de um modo limitado, na iluminação. Também era usado pelo zoroastrismo, a religião que dominou essa região por séculos.
Medicamento para tudo.
A descrição do valor farmacêutico do petróleo foi feita pelo romano Plínio no primeiro século depois de Cristo. É bem semelhante à registrada nos Estados Unidos durante a década de 1.850. Segundo Plínio, o betume estancava as hemorragias, curava as feridas, tratava a catarata, era ótimo para a gota, curava a dor de dente, diminuía a tosse crônica assim como a falta de ar. E não terminou a lista de “milagres” petrolíferos: fazia cessar a diarreia, religava músculos rompidos, aliviava o reumatismo e baixava a febre. E ainda tem mais um efeito inacreditável: era útil para “desvirar cílios que incomodavam os olhos”.
Se curava, também matava.
Havia ainda um outro uso para o petróleo. Teve um papel amplo e algumas vezes decisivo nas guerras. Na “Ilíada”, Homero registrou que os troianos lançaram um fogo incessante que não podia ser apagado. Era o que hoje chamamos de “fogo grego”, uma mistura de petróleo e cal que em contato com a água pegava fogo. Por séculos ele era considerado uma arma mais terrível que a pólvora.
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