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Em Pauta

O estilo de vida pode explicar diferentes infecções pelo vírus

Mário Sérgio Lorenzetto | 03/04/2020 07:00
Campo Grande News - Conteúdo de Verdade

Tal como a maioria dos,brasileiros, tive esperanças no forte calor para matar o novo coronavírus. Quando percebi a gigantesca diferença entre a gelada Rússia - com três mortos, e a fria China - com mais de três mil mortos - a esperança nos termômetros esvaiu-se. Surge agora uma explicação mais plausível. Os cientistas estão comparando as mortes pelo vírus entre N.York e a Califórnia.


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A chegada do vírus.

O primeiro caso de coronavírus ocorreu no final de janeiro na Califórnia. Era importado da China. Historicamente, a Califórnia é o Estado dos chineses. Em fevereiro, entraram mais de 8.400 viajantes do país asiático. O governador da Califórnia agiu rapidamente. Colocou em quarentena a maioria deles em uma base militar.
N.York, pelo contrário, passou o mês de fevereiro debatendo se deveria tomar alguma providência já que não havia casos de coronavírus. Seu governador, fez mesuras ao presidente Trump e seguiu as determinações da Casa Branca: fazer piadas sobre o vírus. Tratar essa infecção como uma "gripezinha". Os Estados Unidos diziam que o governador da Califórnia era um "exterminador de empregos". Ele manteve a quarentena.


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1.700 mortos contra 183.

O Estado governado pelo "louco exterminador de empregos" conta 183 mortos pelo vírus. Nova York enterrou 1.700. A diferença é estratosférica. E a Califórnia tem o dobro da população de N.York. Quarentena explica tal grandeza? Os especialistas começam a entender que há outras variáveis de ordem geográfica para que entendamos a infecção.


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Densidade populacional.

Há um caldo de cultura especial para que prosperem os contágios em cidades como N.York (ou São Paulo?). Se trata da cidade com a maior densidade populacional nos Estados Unidos. Lá residem 27.000 pessoas para cada 2,6 quilômetros quadrados. Já São Francisco, na Califórnia, tem 18.000 pessoas por 2,6 quilômetros quadrados. Los Angeles, também na Califórnia, é ainda menos densa: 7.000.


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A variável turística.

Os especialistas também chamam a atenção para um dado pouco visível: o turismo. Nova York é a Meca do turismo mundial, recebe mais de 65 milhões de visitantes anualmente. E todos ficam exclusivamente na cidade, não saem para outras paragens. Em Los Angeles aterrizam 50 milhões de turistas por ano, mais da metade vai para outros lugares da Califórnia. Não ficam na cidade. Não aumentam a densidade populacional.


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A diferença entre locomoção por carros e por metro.

Na Califórnia, a imensa maioria locomove-se com automóveis. Vive nos bairros ou nos núcleos pobres da periferia. O centro é esvaziado todos os dias, tão logo fechem os escritórios. Em Nova York, a cidade inteira abarrota os vagões do metrô. O centro é hiper populoso, vivem grudados uns nos outros em apartamentos. Fechados nos escritórios, vão abarrotar bares e restaurantes nas imediações. Os estilos de vida são opostos.


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Rapidez e eficiência contra desorganização e caos.

A prontidão, a rapidez da resposta tem sido crucial para a Califórnia. Ainda nos primeiros dias de fevereiro, enquanto os políticos de Nova York riam e faziam politicagem, o governador Newsom, da Califórnia, montou hospital de campanha e sob a risada de Trump, conseguiu atracar em seu Estado, um navio da Armada dos EUA com 1.000 leitos hospitalares. Há poucos dias um navio semelhante atracou em N.York. A Califórnia acaba de reeditar as medidas de quarentena. Newson continua dizendo que devem continuar esperando o pior. Mas estão preparados. Em Nova York impera o caos e o desespero, as medidas de contenção estão sob a barreira da improvisação e bagunça. O modelo estudado pelo Imperial College diz que talvez batam o recorde mundial em número de mortos.

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