O fogo líquido que impediu o mundo dominado pelo islã
O maior segredo da cristandade foi criado durante o Império Bizantino e é um mistério até os nossos dias. Se trata do chamado "fogo líquido" ou "fogo grego". Mas o que é esse fogo? É uma arma incendiária que também era denominada "fogo brilhante" que era letal no mar. As ondas, ao invés de apagá-lo o reviviam e as chamas devoravam as embarcações inimigas. Os "dromones", os barcos bizantinos que portavam sifões de que espirravam o fogo líquido, tinham o poder de queimar dezenas de navios do mundo muçulmano. Todavia, hoje, 14 séculos depois, desconhecemos os componentes dessa arma.
A família dos "luminosos".
A história sabe que Callínico, habitante de Heliópolis - que significa cidade do sol e era uma cidade construída para cultuar o deus Ra - foi o homem que inventou essa arma letal no ano de 665 d.C.. Após sua morte, o segredo da composição do fogo líquido passou para seus descendentes, uma família conhecida como "Lambros" - literalmente, em grego, "Os Luminosos". Essa família vivia reclusa, por ordem do imperador bizantino, para evitar que o segredo caísse em mãos inimigas. Estava penalizado com a morte qualquer pessoa que tentasse contatá-los ou que ousasse propagar a fórmula. Os Lambros foram assassinados em 1185. Com a morte da família desapareceu a fórmula dessa arma.
Um mundo dominado pelo islamismo.
Os historiadores não têm dúvida: o mundo estava prestes a ser dominado pelo islamismo. Essa é a religião com maior potencial de crescimento e maior rapidez de propagação da história. A religião do Corão só não se tornou o centro do planeta devido o aparecimento do fogo líquido. Graças a ele, a marinha bizantina foi a dona do Mediterrâneo durante séculos. Enquanto os bizantinos perdiam batalhas, terras e poderes para o Califado, a marinha se mantinha quase intacta.
Estrondo, resplendor e fumaça.
"Quando era impulsionado pelo sifão que estava nos navios bizantinos, surgia um tremendo estrondo, um forte resplendor e fumaça abundante". Assim documentou o Imperador Bizantino Leão VI em seu tratado sobre a guerra, denominado "Naumachia". Outros tratados militares bizantinos e várias ilustrações de manuscritos medievais, que foram conservadas, desde o século VIII ao XI, confirmam a descrição do imperador.
Como apagar o fogo líquido.
Os muçulmanos levaram um bom tempo para aprender a apagar esse fogo. Após inúmeros testes, descobriram que só poderiam apagá-lo utilizando vinagre, areia ou urina. Por isso, os navios muçulmanos levavam muitos tonéis de urina para protegerem-se do fogo, que chamavam de "fogo brilhante" pois podia cegar aqueles que o contemplavam. É esse fogo que os roteiristas da série "Jogo de Tronos" copiaram dando o nome de "fogo valyrio" e o convertendo para a cor verde.
Os muçulmanos conseguiram copiar o fogo líquido, mas sem a mesma potência.
Desde o século VIII, no reinado do califa al-Mamun, patrocinador entusiástico das ciências, a recém fundada Bagdá havia se convertido no maior centro de sabedoria do mundo. Essa capital era conhecida como a "Casa da Sabedoria". Para lá, migravam os melhores cientistas e filósofos de todo o mundo, menos da atrasada Europa. Acredita-se que saiu de Bagdá o desenvolvimento de fórmulas baseadas na destilação do petróleo e de resinas de uma arma, similar ao fogo líquido, que ardia inclusive na água. Todavia, essa arma muçulmana não tinha a mesma potência do fogo líquido.
Os canhões suplantaram o fogo líquido. Quase dois séculos depois do desaparecimento da fórmula desse fogo, surgiram os canhões. Alguns estudiosos colocam na China o centro desse novo saber militar. Outros, garantem que os muçulmanos da Espanha foram os primeiros a utilizá-lo em 1.305.