O ódio do senador paraguaio que deseja a morte de brasileiros

O obscuro senador do Paraguai de nome Paraguayo Cubas Colomés propõe a morte de 100 mil brasileiros. Para ele, esse é o número de bandidos de nacionalidade brasileira vivendo em seu país. Seu diminuto partido, "Cruzada Nacional", mostra seu tamanho e agressividade em seu símbolo: uma formiga em posição de luta. Ainda que escandaloso, não se trata de uma novidade. Há poucos anos, um movimento guerrilheiro propunha a tomada de fazendas pertencentes a brasileiros e a morte de seus proprietários. Há no Paraguai, ainda que distante de ser majoritário, um misto de ódio histórico - devido à guerra de 1864 - com ódio de classe social pois há muitos fazendeiros brasileiros milionários.

O ódio pode ser coletivo.

Há algo que escapa a muita gente: o ódio pode ser coletivo e deve sê-lo para os regimes totalitários. É o que desejam as ditaduras, os populismos e muitas vezes também as religiões em suas versões fundamentalistas. O ódio pelo inimigo une os povos, que ardem no mesmo fogo. O ódio ferve no coração, junto daqueles que estão a seu lado, contra milhões de pessoas, contra uma nação, uma etnia, contra gente de cores e línguas diversas. O xenófobo paraguaio odeia todos os brasileiros.

A história humana marcada pelo ódio.

O ódio, portanto, não é individualista. Abraça imensas multidões. Somente os romances dizem que é belo morrer de amor, mas a imprensa e o cinema costumam apresentar como belíssima a morte do herói, ceifado ao dar um tiro no odiado inimigo.
Eis porque a história de nossa espécie sempre foi marcada pelo ódio e pelas guerras e pelos massacres do que pelos atos de amor. Nossa propensão às delícias do ódio é tão natural que é fácil para os políticos cultivá-la. De ódio em ódio, só resta a miséria. A pena para esse infame senador paraguaio deveria ser o exílio no Brasil, limpando latrinas.