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Em Pauta

Pirotecnias do marketing político desviam debate sobre custo de promessas eleito

Mário Sérgio Lorenzetto | 29/09/2014 08:07
Pirotecnias do marketing político desviam debate sobre custo de promessas eleito

Tesoura 2015: o debate que marqueteiros proíbem nas campanhas

A população pede mais Estado, mas não discute quanto custa atender as demandas. Os marqueteiros, essa "profissão" que vende a genialidade para enganar o povo, pedem mais votos. E esse casamento de povo com marqueteiro só pode dar um resultado: o aumento da carga tributária. Mas esse aumento é intolerável para a quase totalidade dos empresários, que são as "molas propulsoras" das campanhas eleitorais com suas doações para os candidatos. A equação não fecha, não há um resultado possível. Resta a mentira. As promessas que não serão cumpridas.

As contas não são difíceis: tornam-se difíceis para a população não entender propositadamente. Só no governo federal ficam, a cada ano, R$ 2 em cada R$ 10 que o país produz (PIB). Isso mesmo: de todo o dinheiro produzido no Brasil, 20% vai parar nos cofres federais. Então, sabemos que o governo arrecada R$ 2. E em quanto está a despesa total do governo? Está em R$1,9.

Em uma economia que crescerá pouco nos próximos anos, a diferença entre arrecadação e despesas terá que ser feita pela tesoura. Aguardem a Tesoura 2015. Essa é uma tarefa muito complicada e tem ares de missão impossível.

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Acabar com ministérios teria impacto irrisório

Primeira proposta de vários setores da sociedade: cortar o excesso de ministérios. Vamos às contas para saber o significado dessa ideia. Fechando todos os ministérios e mantendo apenas o da Saúde e da Educação e todos os funcionários estáveis, economizar-se-ia apenas 1% do PIB. Lembrem-se que o governo fica com 20% do PIB. Portanto, além de impossível, essa "economia" não tem peso significativo. Segunda proposta de parte da sociedade: acabar com o Bolsa Família. Esse programa atende mais de 13 milhões de pessoas. E o gasto é de apenas 0,5% do PIB. O governo Dilma inovou os

gastos, criou novos gastos que são o Minha Casa, Minha Vida, energia e compensações à Previdência. Observem que somente o primeiro, Minha Casa, Minha Vida, foi por vontade própria. Os outros dois foram por obrigação legal. Pois os gastos especiais do atual governo são de 1% do PIB.

Há outro gasto que Dilma elevou: com a saúde e a educação. Eles saíram de 1,89% do PIB em 2009 para 2,4%. A outra conta importante está no quesito renúncia fiscal, isto significa diminuição da carga tributária. A redução do IPI e da Cide representam 0,5% do PIB.

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Conselho fiscal com lombo de aço

E onde mora a grande despesa do governo? Abono-salarial, seguro desemprego, aposentadorias e regras de pensão por morte consomem 9,1% do PIB. E também foram eles que tiveram um grande acréscimo a partir de 2000: era de 6% e chegou a 9,1%.

É preciso mudar os rumos de nossa democracia. Não dá mais para termos democracia de marqueteiros. A sociedade precisa discutir quanto custa suas demandas. O país necessita de um conselho fiscal, com visão macroeconômica e lombo de aço para suportar as críticas. Necessitamos de um acompanhamento fiscal de longo prazo, e o mais importante - independente do governo. Basta de musiquinha bonitinha, efeitos especiais e propostas mirabolantes.

Pirotecnias do marketing político desviam debate sobre custo de promessas eleito
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A soja verde na Cargill de Três Lagoas

A Cargill acaba de conquistar uma nova façanha: o embarque de 15 mil toneladas de "soja verde", uma soja certificada pela auditoria francesa Biomass Biofuels Sustainability Voluntary Scheme, especialista na sustentabilidade da produção de soja. A empresa também conseguiu a aprovação de 12 armazéns em Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Pará como locais de conservação sustentável. O projeto da Cargill envolve 400 produtores e a maior parte da soja certificada abastecerá a fábrica de biodiesel em Três Lagoas.

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Intercâmbio para o Canadá aumenta 20%

Os pedidos de intercâmbio estudantil para o Canadá aumentaram 20% este ano em relação ao ano passado. O aumento deve-se a uma preferência dos que pretendem aprender inglês e querem boa receptividade, diversidade cultural, melhor relação custo/benefício, inglês mais “claro” sem muito sotaque, possibilidade de aprender o francês "de quebra", qualidade de vida, localidades seguras, mais facilidade de visto, entre outros atrativos. "E, no nosso caso, temos equipe local no Canadá que dá apoio durante toda a estada. Segurança pra quem vai e tranquilidade pra quem fica esperando", revelou à coluna Gabriel Barros, ex-intercambista e agora diretor da Skope.ca, empresa com escritório em Campo Grande.

Segundo ele, até pouco tempo, estudar inglês no exterior era sonho para muita gente. O tempo passou, o preço das passagens baixou e o Ciências Sem Fronteiras chegou. Novos tempos, com currículos repletos de certificados internacionais. Mas e os que, por falta de tempo ou dinheiro, não se qualificaram: como competir num mercado de jovens viajados e bilíngues? "Estamos lançando um programa de dupla certificação, uma em inglês e outra em área técnica, em apenas quatro semanas, nos meses de janeiro ou julho, no Canadá", anuncia Barros.

De manhã, aulas de inglês; à tarde, oficinas em áreas profissionais como arquitetura, direito, engenharia, negócios, gastronomia, entre outras, ministradas por professores de instituições como as Universidades de Toronto e York. A ideia é que os jovens fiquem o menor tempo possível em sala de aula e saiam para visitar empresas e conversar com profissionais. Assim, podem explorar a cidade e ver de perto as novidades em cada área. "É uma oportunidade única de networking e crescimento profissional".

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Bolsas de estudo em dez vezes

Para quem acha que o poeta está certo, "viajar é preciso, viver não é preciso". Toronto é rica em cultura e atrações turísticas pra todos os gostos. No final do dia, cada intercambista vai pra sua casa, literalmente, já que os participantes ficam hospedados em

casas de famílias canadenses. Além de ser econômico, os anfitriões oferecem três refeições diárias, lavanderia, Internet, carinho e atenção, o que permite amizades que se prolongam para o resto da vida. Mas e os que não tem “grana”, como podem ir? O Instituto Euvaldo Lodi e a Skope oferecem bolsas em dólar, com saldo parcelado em dez vezes.

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Partido da Rede usa Cavalo de Tróia para povo entrar no Congresso

Nas eleições, um cavalo de madeira, semelhante à iconografia do Cavalo de Tróia, invadiu as avenidas da capital. Tratava-se de um truque publicitário. O simbolismo tentava demonstrar que: "assim como na história, os gregos usaram o cavalo para entrar em Tróia, queremos que o Partido seja um instrumento para que o povo entre no Congresso".

Não, as avenidas não são brasileiras e nem o Partido é a Rede. Esse fato ocorreu em 2013, na Argentina, e causou enorme repercussão. O Partido da Rede dos "Hermanos" é uma nova agremiação que propõe usar a tecnologia para melhorar a comunicação entre o povo e seus representantes. Eles não prometem, não há as famosas "propostas". O único compromisso dos candidatos é o de votar no Congresso Argentino tudo que os usuários de um software, desenvolvido pela equipe do partido, votariam. Votariam em tudo que o povo determinar pela internet. Eles dizem que são um híbrido entre a democracia direta e a indireta. Participam das eleições, querem ser eleitos pelo voto popular tradicional, mas são os representantes de tudo que for determinado por seus eleitores. Também afirmam que o século XX está superado e que o XXI terá de ser muito mais versátil. "Os procedimentos terão de ser diferentes, as ideologias se misturarão. Tudo se mistura, as cidades mestiças do século XXI são a prova disso".

Obtiveram 21.943 votos de um total de 28.800.000 de eleitores e se consideraram vitoriosos por terem conseguido a façanha de se inscreverem um mês antes das eleições e por não terem dinheiro nem para fazer os famigerados "santinhos". A única despesa foi com o Cavalo de Tróia que, por enquanto, não invadirá o Congresso Argentino.

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