Por que comunistas chineses são melhores capitalistas que os ocidentais?

Comunismo com lucro

O comunismo acabou com a queda do Muro de Berlim. No Ocidente, essa é uma ideia que está na cabeça de todos. Até mesmo na cabeça dos comunistas. Mas isso é de um simplismo absoluto.

É preciso levar em conta uma ironia da História. O capitalismo chinês introduzido por Deng Xiaoping, precisou da mão forte do Partido Comunista. E foi o Oriente que viu desabrochar a prosperidade tão apregoada pelos comunistas. Ao contrário da extinta União Soviética, que não soube entender e praticar o lucro na equação econômica.

Não se trata de propor a queda da democracia, mas se despir de preconceitos que ajudem a compreender uma realidade muito diferente da nossa. E que somente olhos fechados não permitem enxergar. Para essa difícil tarefa, o primeiro passo é retirar qualquer manto ideológico da cabeça.

A acusação corriqueira é que a China é uma ditadura corrupta que não respeita os direitos humanos. Falta moral para o Ocidente criticar a China: intervenção armada no Iraque, tortura nas prisões de Guantánamo, apoio aos golpistas ucranianos, as maiores fraudes e corrupções da História da humanidade em Wall Street, envolvimento de empresas norte-americanas com mercenários por toda a África. A lista é longa demais e fica apenas nos Estados Unidos.

Critério dos chineses

O maior critério dos chineses, a maior "régua", para avaliar seus governantes é de ordem econômica. Enquanto para o Ocidente democracia é sinônimo de boa governança, na China, o significado é mais abrangente e está relacionado diretamente à prosperidade. E a corrupção dos governantes e empresários é criticada nas ruas de todas as cidades chinesas como em todas as dos Estados Unidos (e novamente permanecemos apenas em solo norte americano).

Também não se trata de apologia à China. As suas mazelas são claras. A exploração da mão de obra melhorou muito, mas ainda é renitente. Os incentivos são enormes, mas apenas para empresas estrangeiras.

Mas também vale lembrar que a China de Deng Xiaoping aboliu estatais ineficientes e reduziu em 40% o número de trabalhadores nelas "encostados". Na China contemporânea, não são as elites endinheiradas que comandam o espetáculo. Quem impede que os novos-ricos assumam a direção do Estado é o Partido Comunista.

"É a economia, estúpido"

Essa frase, que foi cunhada por James Carville, estrategista de Bill Clinton nas eleições de 1992, nos Estados Unidos, na vitória sobre o republicano George Bush, pode muito bem ser aplicada ao momento eleitoral brasileiro e os graves erros e derrapadas do Ministério da Fazenda.

Setores importantes da população – as classes C e D – têm uma fidelidade muito forte com o governo federal. Não há nada de ideológico nessa postura: é pragmática.

É como uma fidelidade a um time de futebol. É uma identificação muito forte com um processo de construção de cidadania. Mas, por outro lado, sustentar essa fidelidade depende de obter boas taxas de crescimento econômico e de essas pessoas terem empregos de qualidade. Em outras palavras, sem crescimento econômico a fidelidade não é duradoura.

Há dois perigos. Um é o de essas pessoas que subiram à classe C retornarem à classe D. O outro é o de quem chegou à classe C e quer transporte de serviços públicos de qualidade, sem encontrá-los. É o que se chama de "insatisfação do progresso". Se o governo não dá reposta a esses desafios, ocorrerá alternância de poder.

Menino de ouro e Dilma

O Brasil precisa urgentemente contratar o menino-gênio em matemática, Artur Ávila, para explicar as contas do Mantega. Não existe equação que dê algum resultado inteligível. Número ruim, para ele é ótimo. Será que o problema é de aritmética? Nota de R$ 3. Quando 2 + 2 é igual a 6?

Computador, máquina de calcular, quadro-negro, todas as ferramentas para o menino explicar o inexplicável.

Políticos metrossexuais

O Geraldo Alckmin tem cara de tabelião, voz de padre, cheiro de freira, se veste como gerente bancário, é expressivo como um amendoim, insosso como um chuchu, não existe marqueteiro que o torne apresentável e levou no primeiro turno. Os políticos do Brasil inteiro o invejam. Imagine se chovesse em São Paulo. Será que está na hora dos dois candidatos-galãs do Mato Grosso do Sul passarem por um curso que os ensine a se portar e vestir como "anti-metrossexuais"?

O pneu mais caro do mundo

Há uma piada antiga e recorrente em nosso Estado que diz que o pneu mais caro do mundo é o comprado em Pedro Juan Caballero, no Paraguai. Ainda que ele tenha um valor bem abaixo do encontrado no comércio das nossas cidades, ele é o único pneu do mundo que vem acompanhado por perfumes, brinquedos, roupas e toda sorte de mercadorias existentes naquela cidade fronteiriça. É o bom humor do nosso povo ocupando o espaço da dor do gasto excessivo e não programado.

Mas, você além de comprar pneus que são acompanhados por "brindes" indesejados, também deve militar na turma do "põe um novo dessa mesma marca que está aí". Não dá importância aos pneus. Agora, pense nisto: em uma curva, em alta velocidade, no meio de um temporal, os únicos pontos de contato do automóvel com a estrada - aqueles que fazem a diferença entre perder ou não o controle - são os pneus. Eles têm uma grande responsabilidade. Muitos técnicos dizem que é a maior de todas as responsabilidades dentre os vários itens de segurança dos carros.

Qualidade paraguaia

Ao contrário do que a maioria pensa, os pneus não são iguais, eles apresentam respostas diferentes para frear em pista seca ou molhada, aquaplanagem, aderência à

estrada e impacto. Algumas marcas apresentam boas respostas para esses itens e outras ficam na rabeira. Quem fez os testes e avaliza foram os técnicos e pilotos contratados pela revista Quatro Rodas. Vamos aos resultados:

Frenagem - na hora de frear bruscamente é que você se lembra que existem pneus. Quem se deu melhor foi a Pirelli e quem decepcionou foi a Continental. Michelin e Goodyear foram bem. Firestone ficou com média razoável.

Aquaplanagem - você já deve ter passado por uma poça de água na estrada e ficado com a sensação de que faltou o chão entre as pernas. O carro perde o contato com a pista. É muito perigoso. O Continental foi o que se saiu melhor. Firestone e Goodyear também foram bem. Pirelli e Michelin cumpriram tabela. Este resultado foi para os pneus de carros pequenos e populares. Mas, para os médios e grandes, o Continental foi mal, assim como o Pirelli. O melhor foi o Michelin. Firestone e Goodyear mantiveram-se na média.

Aderência - simplificando, quem se dá melhor é o pneu mais mole, teste importante para quem gosta de correr. Michelin e Continental foram os melhores nesse teste. A Firestone foi bem destacada. Goodyear e Pirelli apenas razoáveis.

Impacto - esta é uma prova em "homenagem" aos buracos das ruas e estradas brasileiras. Michelin foi o campeão. Firestone foi valente. Goodyear e Pirelli foram "sobreviventes". Continental "abriu o bico".

Como veem, não existe o pneu ideal e nem o péssimo. Os especialistas chamam de "cobertor curto", vão bem em alguns quesitos e muito mal em outros.

Outras indicações importantes. Alguns supermercados vendem pneus de segunda linha ou o que há de pior - os denominados "remold" ou remodelados - são pneus que têm a estrutura interna usada em países europeus (que usam o Brasil como lixo) e acrescentada uma camada de borracha. São de baixo custo, mas a referência, ainda que um tanto arriscada, é para uso estritamente nas ruas e em baixa velocidade.

Retornando à Pedro Juan Caballero - os pneus por lá vendidos são de primeira linha, segunda linha ou remold? Essa é uma questão que dificilmente será respondida por especialistas, pois por lá não existem testes qualificados.