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Em Pauta

Povo nas ruas novamente. Como fica a Previdência?

Mário Sérgio Lorenzetto | 05/12/2016 07:08
Povo nas ruas novamente. Como fica a Previdência?

Domingo de sol e povo na rua viraram sinônimos. É inócuo o debate de quantos foram às ruas,como de que as manifestações deste domingo foram menores que as pleiteavam o impeachment. O número é uma só palavra: expressivas. Essa é a pauta que estava embutida na retirada de Dilma e nas eleições municipais. O grito daqueles que foram às ruas é: "fora políticos".

Cresce o extremismo dessa bandeira. Nas redes sociais começam a surgir conclamações para que os políticos sejam agredidos fisicamente. Pedem que sejam esmurrados e proibidos de circular livremente. Pior, ouço uma ou outra voz que pede o fuzilamento dos políticos. É o retorno da era dos extremos.

A grande questão de ordem econômica é a reforma da previdência. O extremo enfraquecimento do Congresso permitirá a aprovação de algum pacote reformista que envolva perdas de direitos da população como o previdenciário? Temer terá força para mudar as regras da aposentadoria? A resposta no calor do domingo de manifestações é "não". Temer ainda que não atingido diretamente pelas manifestações está cercado pela crise do judiciário contra o legislativo.

Dificilmente o Congresso terá vontade de resolver a recessão nacional sem retirar a guilhotina da Odebrecht.

Sem reformas - teto de despesas, previdência e trabalhista - dificilmente veremos o dinheiro de empresários saindo das aplicações bancárias para ampliar empresas ou criar novas organizações que criem empregos. Creiam, não sairemos da crise sem uma Assembleia Constituinte.

Povo nas ruas novamente. Como fica a Previdência?

A desigualdade está transformando o mundo?

O plebiscito italiano daqui a menos de duas semanas pode levar ao poder o ex-comediante Beppe Grillo - um Tiririca melhorado. Também pode seguir os passos da Grã Bretanha e retirar a Itália da União Europeia. Isto depois da eleição de Trump, do Brexit, da liderança de Marine Le Pen - a musa da ultra direita - e da vitória dos milionários nas eleições municipais brasileiras.

Há ainda o crescimento vertiginoso dos comunistas em Portugal. São eles a liderar a luta contra a globalização. As pesquisas eleitorais portuguesas os colocam com 20% dos votos. Durante décadas, os comunistas portugueses não chegavam a obter 10% dos votos. Voltamos à era dos extremos típica do início do século passado onde os nazistas e comunistas davam as cartas? O que é certo é que todas essas vitórias eleitorais estão vestidas com o manto da antiglobalização. Muitas vezes, apoia-se em argumentos nacionalistas com vestes culturais ou racistas. Mas também tem viés econômico.

O principal argumento econômico por trás da antiglobalização tem a ver com o aumento da desigualdade nos países ocidentais nos últimos 20 anos. No Oriente, pelo contrário, a riqueza construiu um bom aparato igualitário. Embora essa discussão só tenha saltado para a ribalta nos últimos anos, desde o início do século já existia um aceso debate nos meios acadêmicos sobre o que estava por trás do aumento da desigualdade.

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O "efeito Ásia" e as máquinas que causam a desigualdade

Uma das hipóteses mais discutida sobre as causas da desigualdade é o efeito dos países que se enriqueceram nas últimas décadas - notadamente a China e Singapura - sobre a economia ocidental. O "efeito Ásia" teria causado a perda de empregos. Especialmente das pessoas com poucas qualificações. Por outro lado, são esses segmentos da população, pouco qualificados, que mais ganharam com os preços baixos dos produtos saídos da Ásia. Muitos perderam empregos e outros tantos compraram produtos que nunca sonharam adquirir.

Outra hipótese aponta para as mudanças tecnológicas que levaram as máquinas e programas de computadores a substituir empregos em tarefas rotineiras. Sem dúvida alguma, a globalização permitiu essas mudanças.

Embora a maioria concorde que a globalização melhore o bem estar, os resultados eleitorais tem levado muitos a concluir que temos de nos concentrar mais nas políticas redistributivas. Tirar dos que ganham e dar para os que perdem com a globalização. Pode ser uma hipótese que alente novos protagonistas que desejem assumir o poder. Mas há dúvidas legitimas. O crescimento populista tem se dado em países onde há farta redistribuição. A França é o melhor exemplo. Mas o populismo também tem crescido em países onde há uma negação visceral do redistributivismo. O modelo desse caso são os Estados Unidos.

E tem mais. Há uma década não existe preocupação na Grã Bretanha com o desemprego e a desigualdade. Todavia, o Brexit foi vencedor.

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A comida interativa de Singapura

Em Singapura, um novo modelo de fazenda está sendo construído com o intuito de aumentar a interação entre as pessoas e a comida. Trata-se de um condomínio voltado para a terceira idade que envolve telhados verdes e sacadas com cultivo de alimentos. No térreo, há uma pequena fazenda urbana coletiva na qual os próprios moradores podem trabalhar, além de áreas individuais para que eles cultivem hortaliças, ervas e até vegetais em suas próprias sacadas.

Por meio de um tanque de peixes instalado na cobertura dos prédios, a água rica em matéria orgânica circula por dutos por todos os apartamentos levando nutrientes para as plantas cultivadas. A água já utilizada, bem com a captada da chuva, é conduzida a um centro de tratamento que alimenta o tanque, recomeçando o ciclo.

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