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Em Pauta

Quando chocolate foi proibido. Remédios dos "jogos do amor"

Mário Sérgio Lorenzetto | 26/04/2020 07:00
Quando chocolate foi proibido. Remédios dos "jogos do amor"

Os afrodisíacos usados pelos portugueses no Brasil foram bem descritos. Largamente usados nesta parte do mundo, a cannabis sativa, banguê ou maconha era saudada com entusiasmo. Garantia a ereção, o Viagra de então. Além da maconha, o bétel, uma folha, muito utilizada em regiões do Oceano Índico, era mascada com a mesma intenção.


Quando chocolate foi proibido. Remédios dos "jogos do amor"

Banana e amendoim.

O primeiro a estudar as plantas afrodisíacas no Brasil foi um holandês de nome Guilherme Piso. Segundo ele, tanto a "bacopa (uma folhagem com flores brancas) quanto a banana são consideradas plantas que excitam o venéreo adormecido". Sobre o amendoim registrou "os portugueses vendem diariamente o ano todo, afirmando que podem tornar o homem mais forte e mais capaz para os deveres conjugais".


Quando chocolate foi proibido. Remédios dos "jogos do amor"

Da jaca ao saco do galo.

Em 1697 um livro descrevia nada menos de dezenove plantas e partes de animais como afrodisíacos. Do saco do galo, ao cérebro do leopardo e formigas voadoras, a lista tinha predileção pela jaca. Também aconselhava o uso de pinhões, alho poró e, acreditem, urtigas.
A lista inversa, para "diminuir os ardores" mencionava o chumbo, o mármore e o porfiro.


Quando chocolate foi proibido. Remédios dos "jogos do amor"

A igreja proíbe o chocolate. Entra o café.

A igreja era vigilante. O chocolate, vindo do México, anteriormente usado até no jejum católico, começou a ser condenado por provocar "excesso de calor". As mulheres e homens alucinavam de desejo sexual comendo chocolate. Em vez de usar, os padres passaram a aconselhar o "anti-erótico cafe". "Tomou, brochou", diziam os clérigos. Começava um novo tempo "casto, econômico e produtivista" (nada a ver com o espírito do pais atual).


Quando chocolate foi proibido. Remédios dos "jogos do amor"

A economia do esperma.

Quem imaginou alguma relação com o Brasil atual, errou. A economia de que falamos é de esperma, assim como a sua produção. Nos anos 1.600 começa uma censura ao sexo. Era causa de perturbações de saúde e de moléstias contagiosas. A igreja impõe uma nova moral. Vence a batalha contra o sexo liberado desde quando aportaram as primeiras caravelas nesta terra de mulheres desnudas. O prazer é combatido, torna-se a maior causa dos males do corpo. O esperma tinha de ser economizado custe o que custar.


Quando chocolate foi proibido. Remédios dos "jogos do amor"

A contagem das relações sexuais.

Começam a contar as vezes que um homem pode ter orgasmo. Jovens: duas vezes por semana. Aos 40: três vezes por mês e após os 50, nenhuma, a aposentadoria sexual. Ao mesmo tempo, descobrem que as mulheres são capazes de muitos orgasmos em uma só noite. Criam a noção da mulher pecaminosa. E dão numero para esse pecado: uma mulher equivaleria a dois homens e meio. Nada como um país que se preocupa com o que acontece com um homem e uma mulher entre quatro paredes. A falsidade moralista vem de muito longe.

 

Os artigos publicados com assinatura não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem como propósito estimular o debate e provocar a reflexão sobre os problemas brasileiros.

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