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Em Pauta

Supermercados menores e clientes que planejam compras

Mário Sérgio Lorenzetto | 11/05/2016 08:12
Supermercados menores e clientes que planejam compras

A bolha de consumo estourou. Até os supermercados estão sendo atingidos pelos novos tempos. O setor supermercadista é um dos últimos a sentir o impacto da crise, o faturamento real caiu 3,6% em 2015. Esse é um dos raros setores da economia que sempre procura reagir rapidamente às mudanças de cenário.

Um dos novos cenários em crescimento são os pequenos supermercados de vizinhança, aqueles com um leque menor de produtos e área média de 250 metros quadrados. Além do tamanho estão mudando o layout das lojas. São estabelecimentos pensados para as compras do dia a dia, aquelas que são indispensáveis.

O "novo" supermercadista surge pela mudança de perfil de seus consumidores. Eles passaram a escolher produtos que oferecem opções de reembolso, tais como embalagens retornáveis, acúmulo de pontos e descontos para fidelizados. Também aumentou a busca por itens que tragam custo-benefício maior - sejam duradouros e aproveitáveis. Mas a maior de todas as mudanças no perfil dos consumidores se deu no planejamento das compras. Mais consciente, estão comprando somente no início do mês. As compras impulsivas estão caindo.

Supermercados menores e clientes que planejam compras

Queda nos planos de saúde e crescimento de clínicas populares.

Há dezenas de anos a disputa por pacientes vem sendo polarizada pelos planos de saúde e o sistema do governo (SUS). Ambos caros e com baixa performance. Há dois anos, uma novidade no setor de saúde emergiu captando dinheiro de investimentos estrangeiros. As clínicas populares vieram para ocupar um nicho pouco disputado pelos dois tradicionais contendores e está abrindo, cada vez mais, ampliando seus espaços.

Os planos de saúde perderam mais de 1,6 milhão de pessoas nos últimos meses e o SUS teve uma redução de R$12 bilhões. A projeção que o mercado vem fazendo é a de que as clínicas populares devem mais que dobrar nos próximos dois anos. Os investidores estão colocando R$ 500 milhões em cinco redes de clínicas populares - Dr.Consulta, Meu Doutor, Fares, Dr.Agora e Clínica SIM. A cada dia surgem novas redes de clínicas populares e consultórios médicos tradicionais, que trabalhavam com planos de saúde, estão migrando para o modelo popular. Essas clínicas cobram entre R$90 e R$120 por consulta, realizam pequenos procedimentos cirúrgicos também a preços módicos e ainda fazem raio-X e ultrassom.

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O mundo pós-antibiótico e as pílulas para os porcos.

As bactérias resistentes a antibióticos infectam mais de 2 milhões de pessoas por ano. Pelo menos 23 mil morrem. Uma parte significativa do uso excessivo dos antibióticos está em ministrar o medicamento a animais que comemos. A prática é adotada, não para tratar doenças, mas apenas para fazer a criação crescer mais e mais rapidamente. O abuso é descomunal e não há país no mundo que consiga controlá-lo.

Ninguém sabe a dimensão que essa prática está tomando. Há sinais perigosos do mundo todo, inclusive notícias do surgimento e disseminação do gene mcr-1, que ajuda bactérias a resistirem até a antibióticos de ultimo recurso. Uma infecção por uma bactéria com esse gene seria fatal, mesmo nos melhores hospitais. O alarme soou no ano passado quando esse gene foi descoberto em porcos e em humanos na China. Desde então, ele vem surgindo em vários países.

Aqueles que nasceram nos últimos 60 anos são bastante afortunadas por viverem em uma época em que os maiores avanços clínicos e em saúde pública - inclusive os antibióticos - nos permitiram viver mais, o suficiente para morrer de doenças crônicas e não de doenças infecciosas. O uso excessivo de antibióticos na criação de animais está nos levando para as profundezas de um mundo pós-antibiótico, onde até uma infecção na unha pode ser mortal.

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O primeiro medicamento específico para a enxaqueca pode ser aprovado em 2017.

Só no Brasil a enxaqueca atinge mais de 15 milhões de pessoas. Até hoje, ninguém sabe ao certo como ela age em nosso cérebro e como tratá-la. Sangria e trepanação eram usadas no império romano. Também raspavam o couro cabeludo com ferro em brasa. Todo e qualquer método, por mais louco que fosse, era usado para aplacar as dores da enxaqueca. O mais risível foi inventado por um oftalmologista no século X.

Ali ibn Isa, recomendava atar uma toupeira morta à cabeça. Por muito tempo a enxaqueca foi atribuída à dilatação excessiva de vasos sanguíneos no cérebro. Em seguida, começaram a usar medicamentos "emprestados" que combatiam outro males - para desacelerar os batimentos cardíacos, para a epilepsia e depressão e até o Botox foram usados. Aliviavam 45% dos casos de enxaqueca. Ainda faltava muita gente ser atendida. Os primeiros medicamentos específicos para a enxaqueca só foram surgir na década de 1990. Os triptanos, os primeiros com pequena especificidade, aliviavam a dor em duas horas para 42% a 76% dos pacientes. O combate à enxaqueca havia melhorado, mas muitos ainda não estavam sendo atendidos pelos triptanos.

Com o avanço da capacidade de engenheiros de biotecnologia, várias empresas farmacêuticas desenvolveram anticorpos para combater a enxaqueca. São proteínas criadas em laboratório à moléculas específicas de células do nervo trigêmeo (chamadas de PRGC). Afirmam que esses novos medicamentos são como mísseis teleguiados com alta precisão. Vão diretamente ao alvo. Estão em fase de aprovação pelo governo dos Estados Unidos. Mas salientam que depositar todas as esperanças na descoberta de um medicamento milagroso não é a solução viável. O estilo de vida é fundamental para prevenir crises e sofrer menos quando elas chegam. Atividade física regular, massagem e acupuntura estimulam a liberação de endorfinas, substâncias que reduzem a dor naturalmente.

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