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Em Pauta

Uma barra de ferro perfurando o cérebro mudou a ciência

Por Mário Sérgio Lorenzetto | 24/10/2024 10:00
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Não há dúvida que a consciência é um dos maiores - senão o maior - dos mistérios a ser desvendado pela ciência. As primeiras pistas de que a sede da mente é o cérebro apareceram na Antiguidade, quando o medico Hipócrates dizia, no século III a.C., que ele é o órgão da razão. Sua hipótese, porém, estava distante de ser validada, era um “chute”. Os egípcios, por outro lado, achavam que o crebro era desprovido de importância. Jogavam fora o conteúdo do crânio, durante a mumificação, mas preservavam o coração, fígado e rins.


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Os módulos de Gall.

A ideia de Hipócrates ficou pairando no ar. Em fins do século XVIII, Franz Joseph Gall, um médico alemão, apresentou uma hipótese radical sobre o funcionamento do cérebro. Segundo Gall, ele seria dividido em módulos- 27 no total -, e cada um deles cumpria uma função especifica.


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Uma barra de ferro atravessa o cérebro.

A demonstração mais clara e chocante da premissa de Gall viria com um acidente horroroso. Phineas Gage, um norte-americano, de 25 anos de idade, que em 1.848, foi explodir um buraco em uma rocha e teve seu cérebro perfurado por uma haste de ferro. O ponto de entrada foi o lado esquerdo da face, logo acima do maxilar inferior. A barra passou por trás do olho esquerdo e furou o crânio, saindo pelo topo da cabeça, indo parar a 25 metros de distancia.


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Viveu outros 12 anos.

O trabalhador não morreu. Mais surpreendente ainda, em poucos minutos estava falando. Cerca de meia hora depois, estava sentado em uma cadeira do lado de fora de um hotel, aguardando a chegada do medico. “Doutor, aqui há bastante trabalho para você“, ele disse. O medico ficou abismado com o caso. Cuidou da melhor maneira do ferimento, improvisando, não havia situação similar na historia da medicina. Em dois meses, Gage estava forte o suficiente para voltar a trabalhar. Teve sequelas - perdeu o movimento do lado esquerdo da face e ficou cego do olho esquerdo. Só iria morrer 12 anos depois. A hipótese de Gall estava confirmada. O cérebro é composto de módulos. Mas, os psicólogos entraram em ação. Perceberam que a personalidade de Gall tinha mudado. Ele ficou apático, antissocial e desbocado. O cérebro influencia o comportamento das pessoas. A neurologia estava associada à psique. E tudo isso foi comprovado por uma barra de ferro perfurando o cérebro.

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