Uma bela imagem do MS na National Geographic
Mato Grosso do Sul tem sua imagem obscurecida pelas lentes do narcotráfico. Vendem nossas poses enegrecidas pelo crime. Os facínoras da fronteira são o estereótipo de nosso povo? Nada mais falso. Há muito não aparecemos bem na foto. O Rally dos Sertões propiciou uma raridade. São duas páginas da renomada National Geographic mostrando uma deslumbrante foto de um jacaré caçando peixes. Uma pequena nota explica a imagem: "Em uma vazante do Rio Negro, no Mato Grosso do Sul, um jacaré-do-pantanal está pronto para abocanhar os cardumes que passam por ali no fim do período das cheias, a caminho dos tributários perenes. Uma válvula fecha a garganta do réptil para que ele possa caçar em baixo d´água. Esta paisagem pantaneira, no município de Aquidauana, foi palco de uma das etapas finais da edição deste ano do Rally dos Sertões". Leva a assinatura de Luciano Candisani. Só podemos aplaudir e agradecer. Fotógrafo perspicaz e sensível. Consegue transformar o bicho feioso com um belíssimo clicar da máquina.
Turismo mundial com maior crescimento em 7 anos.
O ano arrancou com força para o turismo mundial. Acreditem, está sendo impulsionado pelas viagens ao Oriente Médio, aos países árabes. No primeiro semestre, houve mais 36 milhões de turistas no mundo. Aumento de 6% face ao mesmo período do ano passado. O número é sensacional: 598 milhões turistas viajaram entre janeiro e junho, o que converte esse semestre no melhor em 7 anos. No Oriente Médio o crescimento foi de 9%. A Europa veio logo atrás com 8%. A Ásia com 6% e as Américas com 3% fecham a escalada de crescimento. Os países que mais cresceram foram Turquia, Egito e Tunísia com 12%. O Brasil continua sendo o mesmo de sempre: devagar, devagarinho. Enquanto a França recebe 84 milhões de turistas, em média, anualmente, o Brasil recebe, em média, pouco mais de 6 milhões. Se não considerar a comparação com o país campeão como válida, compare com o México. Esse país tão latino como o nosso, tão cheio de belezas tropicais e recoberto de exotismo como os pontos turísticos brasileiros, recebe 5 turistas para cada 1 turista que vem ao Brasil. Recebemos algo como 0,6 a 0,7% dos turistas do mundo. No Mato Grosso do Sul só contam Bonito, Pantanal e o turismo de contrabando. As picuinhas são mais importantes que as ações.
Aguapé, o verdadeiro Rei do Rios.
Jacaré? Piranha? Não, o verdadeiro Rei dos Rios é um vegetal e não um animal. O aguapé é originário da Bacia Amazônica e passou a ser considerado a pior espécie invasora de um rio de fluxo lento ou de lagos. O "jacinto d'água", como também é conhecido o aguapé, reproduz-se rapidamente por meios vegetativos, mas também produz frutos e sementes em abundância. Infesta os sistemas de água dos rios. Como a abundância característica do aguapé impede a proliferação de algas responsáveis pela oxigenação dos cursos de água lentos, costuma causar a morte de inúmeras espécies vegetais e de peixes. Mas o aguapé têm uma outra face: possuem grande capacidade de tolerância e absorção de poluentes, como por exemplo, águas contaminadas por esgoto e rejeitos industriais. Além dessa característica despoluente, o aguapé é cultivado como planta ornamental por apresentar repetidas florações exuberantes e coloridas o ano inteiro. Recentemente, o aguapé invadiu os rios de Bornéu. A ilha, que pertence à Indonésia, à Malásia e ao Brunei, se escandalizou com a invasão. Bornéu vem promovendo inúmeros estudos sobre o aguapé e o consumo de oxigênio dos rios. Descobriu que essa planta brasileira impede a passagem de luz solar na água por formar uma imensa massa de plantas na superfície. Ao impedir o desenvolvimento de outros vegetais - como as algas que produzem grandes quantidades de oxigênio - o aguapé passa a competir com os animais dos rios pela alimentação. O fato que o torna imbatível, o Rei dos Rios, é sua capacidade de dobrar em tamanho de massa em apenas 12 dias.
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