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Em Pauta

Vai começar a festa da derrota petista e a tristeza da vitória tucana

Mário Sérgio Lorenzetto | 29/10/2014 08:06
Vai começar a festa da derrota petista e a tristeza da vitória tucana

Vai começar a festa da derrota petista...

Não é uma frase de efeito. A festa da derrota existiu durante longo tempo na indústria farmacêutica. A Eli Lilly, uma das maiores do setor, costumava fazer as "festas do fracasso" para homenagear os pesquisadores de tratamentos promissores que não deram certo nos testes. Posteriormente, a companhia percebeu que essa era uma psicologia motivacional fraca e errônea. Acostumados a aprender com a experimentação, seus cientistas não gostavam de ver seus melhores esforços serem exibidos como fracassos.

E assim também age o mundo político. O PT anunciou que fará na próxima semana sua plenária da derrota. A derrota cria o isolamento e a tentativa de recuperação das forças que estavam alocadas em um lado do poder interno desse partido. Para fácil entendimento: o grupo comandado por Zeca do PT discursará em prol dos militantes como se fossem ungidos por uma força sobrenatural, talvez pensem nos homens e mulheres perfeitos, como os únicos capazes de conduzir ao paraíso na terra; já para o grupo comandado por Delcídio, caberá as explicações do inexplicável. Terá de começar o enredo contando como montou uma chapa para perder votos e não para ganhar.

Vai começar a festa da derrota petista e a tristeza da vitória tucana
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... e a tristeza da vitória tucana

Para o lado dos tucanos, também há a promessa que começará o governo de transição na próxima semana. É o período de muitas tristezas para os vitoriosos, a época em que muitos sonhos se desvanecerão com os cargos e poderes que não serão concedidos. O período de transição é aparentemente muito simples: os que saem estão sequiosos por dar informações, detalhes e números e os que entram estão preocupados com a absorção do rápido aprendizado. Ledo engano. Esta é a parte pública da transição. Esse período é constituído por intensas articulações visando retirar proeminências dos que estão à frente na corrida para os principais cargos e estabelecer uma nova correlação de forças para os que estão atrás na corrida rumo ao poder. No final, restarão mais tristezas

que alegrias, pois não existem tantos cargos para abastecer a quantidade de pretendentes. As chagas abertas só terão chances de serem devidamente medicadas no correr dos tempos de governo, caso obtenha sucesso.

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Um caminhão atropela o Aquário do Pantanal

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Justiça lenta com juízes estafados

Pode parecer paradoxal, mas uma das causas da estafa de juízes e servidores da Justiça é o excesso de trabalho ocasionado pelo processo eletrônico instalado nesse poder. A imposição de metas e a informatização no Judiciário têm gerado problemas na saúde física e mental dos profissionais. Os juízes estão trabalhando, em média, mais de nove horas por dia e, mesmo assim, não conseguem dar conta do volume de processos, de acordo com o Censo do Poder Judiciário realizado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Por esse estudo, 45% dos magistrados vão dormir depois da meia-noite e quase 18% se levantam antes das 5 horas da manhã por causa do trabalho. E mais, 64% trabalham nas férias e 70% nos finais de semana.

O excesso de jornada, segundo a pesquisa, tem desencadeado problemas de saúde na categoria: 33% dos juízes do trabalho ouvidos estiveram de licença médica no último ano, 41% alegam ter diagnóstico médico de depressão e 17% dos magistrados trabalhistas faziam uso de medicamentos para depressão e ansiedade. Com base nisso, os juízes devem pleitear uma espécie de "flexibilização" das metas para o ano que vem, que leve em consideração a preservação da saúde. A Justiça não pode ser morosa, mas juiz "estressado" é inadmissível.

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Surfando nas ondas do petróleo

Williston, pequena cidade do Estado de Dakota do Norte, perdia população há dez anos. Hoje, chegam emigrantes de todo o país e os apartamentos têm o mesmo valor de Manhattan, em Nova York. Há uma década, os jovens abandonavam Williston, cidadezinha de 12 mil habitantes, em uma das regiões mais inóspitas dos Estados Unidos. Hoje, é uma cidade com mais de 40 mil habitantes e que construiu até uma piscina com ondas de surf em um centro cívico que custou US$ 76 milhões.

Williston é a capital do "boom energético". Fica longe de tudo, mais de 3 mil quilômetros do Atlântico e 1,8 mil quilômetros do Pacífico. A sequência da "boomtown", palavra que nos Estados Unidos designa a corrida do ouro nos anos 1800, mais uma vez se repete: o descobrimento de novas reservas, o magnetismo de um lugar onde sobra o dinheiro, as tensões que causam as dezenas de milhares de novos moradores, a imensa maioria de homens, sozinhos, em terra desconhecida, com um passado para ser esquecido.

Quando o país vivia uma das piores recessões da história, Dakota do Norte descobriu a saída na solução de sempre: o "drill, baby, drill" (perfura, baby, perfura). A taxa de desemprego está em 2,8% e o crescimento em 9,7%, níveis de dragões asiáticos ou estados impulsionados pelos petrodólares. As mulheres que chegam à cidade também promovem um "boom", um "baby boom": nascem 60 crianças por mês, contra 60 crianças por ano, na época que não estavam retirando petróleo.

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“Fracking” e pecuária do MS têm mesmo legado ambiental

A causa de toda essa transformação é o "fracking", um tipo de perfuração do solo que vem preocupando especialistas e ecologistas do mundo todo. Mas cujas drásticas consequências ambientais são esquecidas por todos em nome da fortuna imediata e fácil. O petróleo obtido pelo "fracking" é o motor que impulsiona a recuperação da economia dos Estados Unidos: cria emprego, barateia a fatura energética da indústria e ajuda a reduzir o preço da gasolina.

Os Estados Unidos nervoso, país que não deixa de mover-se e buscar oportunidades, cresce dopado pelo ouro negro do mal afamado "fracking" e Williston é o seu novo paraíso. Assim os Estados Unidos superaram a Arábia Saudita e a Rússia como primeiro produtor de petróleo e gás natural e se aproxima da autonomia energética. Dakota do Norte está produzindo 1 milhão de barris diariamente, número que situa esse Estado na primeira divisão mundial da concorrência petrolífera. Mas, a que preço futuro? A fatura chegará brevemente com as terras destruídas, desérticas e quase irrecuperáveis. Alguma semelhança com as terras da pecuária extensiva do Mato Grosso do Sul?

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Sabão ecológico gera inclusão social

Negócios sociais já vêm sendo fundados em todos os cantos do Brasil. O Sudeste é o campeão com 40% dos negócios sociais existentes no país, enquanto o Centro Oeste é o lanterna com apenas 4%. Um negócio social, mais do que a maquiagem politicamente correta, é uma nova mentalidade empresarial que está em ascensão. Disposta a participar de soluções inovadoras para problemas socioambientais de maneira eficaz, eficiente, sustentável e que crie valor para a sociedade como um todo. É uma das principais alternativas dadas pelo capitalismo para a busca de soluções de problemas que existem pelo mundo todo. Quem entendeu bem essa ideia foi a Prefeitura de Garanhuns, no interior de Pernambuco que fundou uma fábrica de sabão ecológico - Du Vale - para resgate e inclusão das comunidades menos favorecidas da região. A fábrica encontra-se na comunidade do Vale do Mundaú que serviu de inspiração para a marca: Sabão Du Vale.

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Fábrica de sabão aproveita resto de óleo de soja

Os principais parceiros da empreitada de produzir sabão a partir de óleo de cozinha reciclado - o óleo de cozinha é um tormento para canos de esgoto e para coletores de lixo - são 29 restaurantes, o Sesc local e a multinacional Unilever. Mas, quando se faz um trabalho visando a promoção social, ambiental e econômica ao mesmo tempo, o beneficiário é a sociedade como um todo. Embora a fábrica de sabão seja um típico caso de negócio social e ela gere receita, a unidade fabril ainda depende do apoio financeiro da Prefeitura. Ainda há muitos pontos de negócios a serem melhorados. Mas é um excelente exemplo de trabalho social a ser desenvolvido por qualquer prefeitura ou governo estadual. Só bordadinho, crochezinho e micro artesanato não dá. O negócio social pode libertar.

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