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Manoel Afonso

Eleições: o eleitor sempre tem razão!

Por Manoel Afonso | 22/09/2023 08:20

ELEIÇÕES: Aqui o papo se volta à necessidade do candidato fazer a leitura do que pensa o eleitor sobre as eleições de sua cidade. A decisão é mais racional ou emocional? O que ele efetivamente leva em conta? Cada eleitor com seu critério: o perfil do candidato, a ideologia, as prioridades, a simpatia, a antipatia e as vantagens pessoais.

DIFERENTE: A política não é ciência exata, situa-se no campo da pluralidade de ideia e opiniões. Nas relações do candidato com o eleitor será possível identificar os desejos sem mascaras. O eleitor sempre tem razão – não importa a situação. É a máxima que o candidato não pode esquecer. Igual ao aviso de mãe: “leve o casaco filho, pode esfriar”!

REFLEXÃO: Deveria ser imprescindível aos derrotados. Voltados ao próprio umbigo eles optam pela habitual conclusão de que o eleitor fora ingrato ou incompetente na escolha. Mas os derrotados deveriam fazer a chamada ‘mea culpa’ e concomitantemente investigar as razões – as vezes submersas – da postura do eleitor nas urnas.

RAZÕES: Perde-se eleições pela falta de estrutura, candidato fraco, sem carisma, salto alto (soberba), mensagem equivocada na campanha, discriminação de grupos sociais, dificuldade do candidato nas relações pessoais com a comunidade e ainda pela presença de figuras apoiadoras sem prestígio ou já desgastadas.

ÁGUA & ÓLEO: Jamais soube que um partido, antes do ‘casamento’ com outra sigla (ex-adversária), consultasse o seu eleitor na base. Os dirigentes, olhando seus projetos pessoais negociam acordos, às vezes rejeitados ainda na campanha ou na cabine. Por várias razões o eleitor tem lado e memória, só muda por motivação excepcional.

APOSTAS: Eleita com 60,85% votos, qual será o peso da senadora Tereza Cristina (PP) nas eleições da capital como cabo eleitoral da prefeita Adriane Lopes (PP)? A seu favor há a tendência conservadora do eleitorado da capital, mas na eleição municipal vale aquela política varejista. É cedo para previsões, mas é hora certa para alertar.

LEITURAS: Vale atentar para certos números em algumas pesquisas eleitorais. A amostra da ‘Ranking’ é a última delas. O eleitor precisa admitir o poder de fogo de nomes, que mesmo não estando no topo da preferência, serão decisivos no 2º turno. Quem não aglutinar, mesmo sendo o campeão do 1º turno, perde. Caso do Capitão Contar em 2022.

ROSE MODESTO: Hoje no União Brasil, a presidente da Sudeco não pode ser ignorada nas discussões sobre candidaturas viáveis à prefeitura da capital. A lei impõe que deixe o cargo 6 meses antes, mas ela vem articulando certo e com projeto de programa na TV Guanandi. Em todos os pleitos que participou sua aceitação em Campo Grande foi muito boa. Portanto...

MUDANÇAS: Com a imagem de técnico vendida com sucesso em 2022, o governador Eduardo Riedel (PSDB) vai dando demonstrações de que está aderindo ao modelito político. Sua postura em eventos é outra, descontraída, sorrisos mais largos e distribuindo abraços arrochados. Pois é - o poder tem fluídos capazes de vencer qualquer timidez.

WHY NOT? Estaria ‘tudo dominado’ para 2026, quando Riedel tentaria a reeleição e o ex-governador Reinaldo Azambuja (PSDB) buscando o Senado? Até lá nenhum fato relevante ou novo nome no cenário local? Um ex-deputado lembra que Puccinelli e Moka eram os preferidos e foram atropelados: “ Lições no retrovisor - por que não?!”

OTIMISTA: Em 2022 ele obteve só na capital 19.766 votos para deputado federal, o 5º mais votado. Após deixar o PT Flavio Cabo Almi ingressou no PSDB para tentar a vereança em Campo Grande confiante na aceitação que obteve (mais de 14 mil votos) apenas na região onde seu pai Cabo Almi representou por muitos anos. Leva jeito. 

A PROPÓSITO: Vale recordar os campeões de votos na capital em 2022: Marcos Pollon (PL) 38.410, Camila Jara (PT) 37.737, Lucas de Lima (PDT) 16.566, Beto Pereira (PSDB) 16.444, Vander Loubet (PT) 14.043. Mas cada eleição com suas singularidades decorrentes do cenário e de vários fatores influenciadores.

SIM OU NÃO? País dividido com a descriminalização do aborto no STF. A esquerda alega: duas mulheres morrem todos os dias pela prática de aborto – enquanto as mulheres ricas recorrem as clínicas de luxo para abortar - as mulheres pobres usam de métodos perigosos à sua saúde e correm risco de morte. Enfim: seria: ‘pura hipocrisia’.

CONTRA! A direita, aqui representada pelo deputado Rodolfo Nogueira (PL) diz que a pretensão da esquerda é incoerente. Lembra que os partidos que defendem o aborto são contra a pena de morte de assassinos, sequestradores e estupradores – mas agora querem legalizar o assassinato de crianças inocentes, indefesos ainda no ventre materno.

RESUMINDO: O episódio é apenas a ponta do iceberg, fruto da falta de educação sexual nas escolas – inclusive da prevenção. O aborto continuará existindo com ou sem autorização. A Lei Penal que criminaliza o aborto é de 1940, (as mulheres ainda nem votavam). Como o STF decidirá com essas pressões políticas e religiosas? Complicado.

ERRADO: Com a demora do Congresso em apreciar seus projetos, partidos recorrem ao STF como se a corte fosse extensão do legislativo. Uma intromissão nas funções da Câmara e Senado. Cada poder tem sua área de atuação: o legislativo elabora as leis, o Executivo administra e o STF é a instância máxima cuidando dos diretos e deveres constitucionais.

MESMICE: Já tivemos governantes estaduais e federais de diferentes tendências ideológicas e a questão indígena no MS sem solução. A questão básica é a seguinte: nada contra o direito dos índios, mas é preciso indenizar quem está em cima destas terras. Fora disso a novela continua com alguns personagens faturando em cima da causa. Menos demagogia, mais praticidade. 

VOZ NO DESERTO: O ex-senador Delcídio do Amaral (PTB) reaparece e aplaude a decisão do ministro Dias Tófoli contra a Lava Jato ao considerar imprestáveis as provas produzidas no processo. “Uma reparação histórica”, sustenta Delcídio, na manifestação isolada de apoio a decisão. Pelo visto sonha com a volta antecipada. Sem espaço.

CONVENHAMOS: A reinserção de um político – após anos fora do cenário - sendo alvo de noticiário desgastante é uma obra de engenharia política complicada. Para piorar a situação do ex-senador, está sem grupo político definido. Sua sigla- o PTB – praticamente não tem representação no Mato Grosso do Sul. Só por milagre! 

CONTA SALGADA: São 14.130 traficantes cumprindo pena no MS e boa arte deles nem reside aqui. Cada um custa R$ 2 mil por mês, totalizando R$ 339 ao ano. Em 2017 o Governo Estadual pediu ao STF – sem sucesso - o ressarcimento dos gastos – A corte entendeu que enquanto não tivermos aqui presídios federais para abrigar esses detentos, teremos que arcar com os gastos. Ficamos no prejuízo.

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