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Manoel Afonso

Poder com soberba: culpa e azar do eleitor

Manoel Afonso | 03/12/2021 07:05

PROMETER? Pode e deve. Campanha sem acenos de realizações não tem graça. É igual beber cerveja quente e dançar com a irmã. Os candidatos precisam assanhar os desejos dos eleitores, ir ao encontro de seus sonhos. Mas não é sempre assim. Para candidatos  tímidos, indecisos, engessados, prometer as vezes chega a ser um desafio e tanto.

PARANAÍBA: Eleições de 1988. Comício na ‘Cantina do Raimundo’. A obra sonhada do distrito era o poço artesiano. Mas o sistemático candidato Fabico (MDB) negava-se a prometer sem a garantia do governador Marcelo Miranda. Aí o companheiro Julinho de Melo desabafou na reunião final: “Pode prometer Fabico! Você não vai ganhar mesmo”. E ele perdeu por mais de 3 mil votos para Daladier Agi.

REGRA 3? Ex-prefeito Waldeli (MDB) de Costa Rica sonha disputar o Governo com eventual desistência de Puccinelli. Hoje investe na mídia elogiando seus próprios méritos de gestor público. Mas como convencerá a opinião pública se não conseguiu eleger o sucessor da sua cidade de 21 mil habitantes? Como diria Charles de Gaulle: “ c’est très complique”.

PECADOS na política. A soberba é um deles através da arrogância. O filósofo Mario Cortella lembra que ‘a soberba é a capacidade de supor que nada existe que seja superior a própria pessoa’. Já o filósofo Roberto Romano, diz que é pura arrogância o desejo de superioridade dos políticos em não serem julgados pelo juiz de primeira instância e sim no foro especial.

‘MALAS’: Os políticos fingem ignoram que o poder tem data de validade, que um dia irão todos para a mesma vala. Só pode.  Na memória coletiva os arroubos de poder de Paulo Maluf, Jair Bolsonaro, Lula, André Puccinelli, Collor de Mello, Sergio Cabral, José Dirceu e Dilma Roussef. Alguns pelas falas, outros por posturas carregadas de excessos.

ELEIÇÕES: Com elas virão as mutações mecânicas na manada política. Políticos  dissimulando o  orgulho através de  posturas interesseiras em busca do reconhecimento e do voto.  Hora do eleitor olhar no retrovisor para efetivamente fazer o julgamento correto da personalidade e propósitos do candidato. Afinal, não faltam lobos com pele de cordeiro.

DEPUTADOS & AÇÕES: Paulo Corrêa (PSDB): cuida da vinda da TV Senado em integração com a TV Alems; discursou no lançamento da Caravana da Saúde elogiando a iniciativa governamental. José Teixeira (DEM): Lembra do Dia 1º Dezembro, consagrado no mundo ao Combate ao HIV e a Aids; pede recapeamento asfáltico no J. Canaã III em Dourados; declarada de utilidade pública a Rede Feminina de Combate ao Câncer de Fátima do Sul. Amarildo Cruz (PT). Externa sua preocupação com os reflexos do Covid nas classes menos favorecidas da população; alerta a população sobre os perigos da nova variante do Covid oriunda da África do Sul. Gerson Claro (PP): elogia o ritmo das obras rodoviárias do Governo Estadual na região de Sidrolândia; participou do evento que marcou o lançamento da Caravana da Saúde. Lucas de Lima (Sol): manifesta sua preocupação pedindo cuidados da população contra a nova variante do Covid; elogia o Governo Estadual pelo lançamento da 2ª. edição da Caravana da Saúde.

PAULO DUARTE: Apesar da votação (17.343votos), superior a de 7 candidatos eleitos,  acabou vítima do sistema das coligações em 2018 e ficou de fora. Aos 58 anos ele volta a Assembleia Legislativa com a visão maturada do contexto sócio político, em condições de qualificar o debate. Articulado, transita bem em todos os grupos e partidos.

JOGADA:  Ao levar o deputado Eduardo Rocha (MDB) para a Casa Civil, o Governo abriu espaço para Paulo Duarte – ‘outro emedebista de casa’ – que deverá cumprir missões daqui para frente. Como se depreende, o governador Reinaldo (PSDB) continua de surpreender com suas articulações. Pelo visto, nesta virada de ano, teremos mais novidades.

NA VITRINE: Vários integrantes da administração estadual brigarão por votos em 2022. Fala-se no Secretário da Saúde Geraldo Resende, em Jaime Verruck (Meio Ambiente), João Cesar Mato Grosso (Cultura), Pedro Caravina (Adjunto da Infraestrutura), Luciana Azambuja (Política das Mulheres) e Maria Cecília A. da Motta (Sec. da Educação).  Mas a fila ainda pode aumentar.

CONTRADIÇÃO: Ocorre em todas eleições. Após promover tiroteio de críticas contra os políticos, comparando seu universo ao criadouro de pragas, alguns personagens (‘Messias’) querem adentrar para a política. O discurso basicamente é o mesmo, centrado na moralidade, acenando com nova postura. Como André Sathler compara: “fumei mas não traguei” – “não sou político mas quero entrar…para a política”.

IMPRESCINDÍVEIS: Não há como pensar numa sociedade livre sem os políticos. Ruim com eles, pior sem eles.  Sobre isso o sociólogo Dante Maffesoli, da Sorbonne, disse bem: “Assim como a morte é necessária à vida, dando-lhe sentido e especificidade, o político é uma instância que, na sua acepção mais forte, determina a vida social, ou seja, limita-a, constrange-a e permite-lhe existir”.

AÇÕES PARLAMENTARES:  Lídio Lopes (Patri): cumprimentado pela sua eleição na Unale; prestigiou o Governo Estadual no lançamento da 2ª. edição da Caravana da Saúde. Neno Razuk (PTB): pede projeto ‘Linda’ para detecção precoce de lesões de mama na rede pública de saúde; pede ao Secretário Riedel asfalto para ruas do Jardim Canãa III  em Dourados. Pedro Kemp (PT): vigilante das causas sociais, denunciou a falta de materiais para cateterismo no Hospital Regional e pediu urgência na reposição dos mesmos. José C. Barbosa (DEM): destacou o papel do legislativo na política do Governo de retomada da economia estadual; presente ao lançamento oficial da Caravana da Saúde; representou a A. Legislativa na solenidade do lançamento do Espaço Sanesul Mara Caseiro (PSDB): comemora a criação do curso de Agronomia na UEMS de Mundo Novo e a escolha de 2 novos imortais da Academia de Letras de MS; presente

LULA: Lidera as pesquisas, fugindo do tema corrupção (Mensalão e Petrolão) e do apoio aos ditadores de esquerda. Atravessará ileso a campanha ao lado de Geraldo Alckmin? Esse embate será profundo; a anulação dos processos não tirou a mácula da corrupção que existiu de fato. Em tempo: o companheiro Zé Dirceu já opera nos bastidores, é o cara de confiança de Lula.

FRATURAS: Após as prévias atrapalhadas a unidade do PSDB já é questionada.  O partido saiu efetivamente maior? João Dória vai se firmar como líder da terceira via costurando apoios de peso? Quais serão as consequências (na sucessão paulista e do Palácio do Planalto) da saída de Geraldo Alckmin do PSDB?  Dória se acerta com Sergio Moro e o MDB?

IMAGEM: Ela continua pesando na avaliação do candidato. No caso de João Dória carrega o estigma de oportunista. Dória terá que lutar em duas frentes de batalha: pregar o antipetismo e ir contra os bolsonaristas. Conquistar e alargar esse espaço entre os 2 eleitorados definidos, romper a polarização PT-Bolsonaro não será tarefa nada fácil. Mas não impossível.

SERGIO MORO: Continuará crescendo ou desidratará com o tempo? Ao superar Ciro Gomes (PDT) na largada já é visto com outros olhos. Mas não terá vida fácil para chegar ao 2º turno e desbancar Bolsonaro que já ‘lubrifica a máquina’. O seu discurso contra a corrupção atrairá também os bolsonaristas e terá preocupações com a economia e o bem estar social. É o novo.

CIRO GOMES:  A acidez da fala e o desgaste da imagem são responsáveis pela perda do posto de líder da terceira via para Sergio Moro. Concorrendo pela quarta vez, não tem conseguido atrair apoios e pode desistir e integrar a federação de siglas da esquerda encabeçada pelo PT. Quanto mais radicalizar, maiores dificuldades terá para desistir e se tornar mero coadjuvante das eleições.

PARLAMENTARES EM AÇÃO: João H. Catan (PL): presente ao ato de filiação do presidente Bolsonaro ao Partido Liberal em Brasília: seu projeto denomina Victor Corrêa da Silva a ponte sobre o braço direito do rio Dois Irmãos, na rodovia-247, no município de Dois Irmãos do Buriti. Evander Vendramini (PP): Pede abertura de concurso público para ingresso nos quadros do Procon; graças a sua emenda será inaugurada no dia 21 próximo a ‘Sala Lilás’ na Delegacia de Polícia de Ladário.; pede placas de sinalização de travessia de animais no Parque dos Poderes. Antônio Vaz (REP): foi a inauguração da ‘Sala Lilás’ de Água Clara, para qual destinou R$40 mil; debateu com o representante do Executivo a destinação exclusiva das emendas parlamentares à saúde. Capitão Contar (PSL): prestigiou o evento de filiação ao PL do presidente Bolsonaro em Brasília na última terça feira; questiona critérios que favorecem grupos específicos de candidatos em concursos públicos estaduais. Marçal Filho (PSDB): destinou R$40 mil ao Hospital Mãe Pobre de Glória de Dourados. Outras 7 cidades da Grande Dourados beneficiadas com emendas do parlamentar. Senador Nelsinho Trad (PSD): propõe o debate no Senado sobre a retomada das atividades carnavalescas; quer trazer o mais rápido possível a Internet 5G para Campo Grande.

JUIZ ODILON:  A pesquisa com Marquinhos Trad (PSD) liderando para Governador foi a novidade que ganhou espaço na mídia. Como é normal nestas situações há críticas e elogios. Mas a pontuação do ex-juiz Odilon liderando até com certa folga para o Senado chamou a atenção e deve merecer estratégia especial da concorrência.

O FUTURO:  Ele indica o PSD (de Kassab) que vai receber Alckmin – provável vice de Lula – proporcionando a candidatura de Marquinhos que apoiará o petista para o Planalto aqui no Estado. Aliás, o desempenho de Lula foi bom, surpreendeu, liderando como nunca havia ocorrido.   Mas convém lembrar: ainda faltam 11 meses para a grande final.

SIMONE: Pelas notícias de Brasília são parcas as chances da senadora do MDB emplacar como candidata a presidência da república ou a mesmo a vice. Se isso realmente ocorrer ela poderia até ser a companheira de chapa de Eduardo Riedel na disputa ao Governo. No evento da Caravana da Saúde nesta quinta na Assomassul, essa hipótese era ventilada.

RICARDO AYACHE: Por onde passa é elogiado pelo seu trabalho à frente da Cassems. No lançamento da Caravana da Saúde não foi diferente. Aliás, sua entidade será parceira do Governo Estadual neste empreendimento através de seus hospitais – na capital e nas demais oito unidades estrategicamente localizadas no interior do Estado. Muito bom!

PERDAS: A Covid levou gente das comunicações e da política. Os colegas Guilherme Filho, Marcia Caetano, Valderi Resende, Paulo Catanante, Pierri Adri, Armando Anache Filho (Aquidauana), Oscalino Rezende,  Arayti Dias, (Chapadão do Sul), Marcio Costa (Cassilândia), ex-vereador (capital) Clemêncio Ribeiro, deputados cabo Almi e Onevan de Matos, ex-deputado Getúlio Gideão, ex-conselheiro José Ancelmo – do TCE.

PILULAS DIGITAIS:

Infectologistas estudam para saber se Moro não é uma variante de Bolsonaro.

Burocracia: Para resolver as coisas vagarosamente, não se conhece nada mais ligeiro. (Max Nunes)

As vezes ouço passar o vento; e só de ouvir passar vale a pena ter nascido. (Fernando Pessoa)

Não tenhamos pressa, mas não percamos tempo.  (José Saramago)

Liberdade significa responsabilidade. É por isso que tanta gente tem medo dela. (George B. Shaw)

 No dia em que o porte de armas for proibido para os militares, aí, sim, haverá paz.  (Max Nunes)

 Tentei descobrir na alma alguma coisa mais profunda do que não saber nada sobre as coisas profundas. Consegui não descobrir. (Manoel de Barros)

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