Jogos online: entre a diversão e o vício
Os jogos online atraem cada vez mais adolescentes e é um fenômeno que vem crescendo, impulsionado pela acessibilidade e atratividade dos games digitais, esses jogos oferecem experiências imersivas, interação social por chat online, e a sensação de conquista, fatores que os tornam altamente envolventes, especialmente para jovens em fase de desenvolvimento.
Adolescentes são particularmente vulneráveis ao vício em jogos online devido à busca por pertencimento, validação social e o desejo de fugir de problemas ou do tédio, e o que ocorre é que muitos jogos online são projetados com mecânicas que incentivam o tempo prolongado de jogo, como recompensas diárias, eventos limitados e desenvolvimento contínua dos avatares (personagens) , fazendo com que os jogadores desejem investir cada vez mais em itens raros, ou skins (roupas) dos avatares, criando um ciclo de dependência.
O impacto do vício em jogos online na vida dos adolescentes pode ser significativo, problemas como queda no desempenho escolar, distanciamento de relações familiares e sociais, e prejuízos à saúde física e mental, como sedentarismo e ansiedade, são comuns. Para além disso, o descontrole financeiro pode ocorrer em jogos que envolvem compras de valor pequeno, onde o adolescente gasta dinheiro real em itens virtuais, ou até mesmo em dinheiro do jogo, ao qual usam para adquirir itens do próprio jogo.
Identificar quando o jogo está se tornando um vício é essencial para que pais e educadores possam agir precocemente, sintomas como irritabilidade quando não se pode jogar, perda de interesse em outras atividades e isolamento social são sinais de alerta. Ações importantes como orientar, estabelecer limites de tempo de tela e a buscar alternativas saudáveis de lazer podem ajudar a prevenir o vício ou reduzir seus impactos.
Os jogos online podem oferecer benefícios, como o desenvolvimento de habilidades cognitivas e sociais, porém é fundamental equilibrar o tempo de jogo com outras atividades importantes na vida dos adolescentes, a conscientização e o diálogo aberto são essenciais para garantir que a diversão não se transforme em um problema.
(*) Lia Rodrigues Alcaraz é psicóloga formada pela UCDB (2011), especialista em orientação analítica (2015) e neuropsicóloga em formação (2024). Trabalha como psicóloga clínica na Cassems e em consultório.
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