As dores dos pacientes não são só dos pacientes
As dores do paciente raro e oncológico não são somente deles.
A frase parece um tanto óbvia, mas não o é.
O paciente oncológico não está sozinho. Receber um “você está com câncer” não afeta somente o paciente. Afeta toda a família. Afetam os filhos, os pais, a esposa, o esposo, os filhos.
É inevitável pensar “será que ele/ela vai falecer?”, “será que não verá os filhos crescerem?”, “o que será de mim sem ele/ela.”
Todas essas perguntas circundam a mente daqueles que amam o paciente com câncer.
Tão compreensíveis quanto inúteis (sem tom pejorativo), tais perguntas.
Como se não fossemos morrer todos, não é mesmo? MAS É DIFERENTE.
Sabemos que todos nós vamos morrer, mas não quando, onde e nem como.
Ninguém gosta de falar sobre morte. Fato. E de fato, constatar a realidade oncológica nos obrigada, em algum momento, a falar ou mesmo pensar sobre a morte. Por isso pesa, por isso dói, por isso antecipa sofrimento.
Ademais, nenhum amigo/parente quer ver seu amado sofrendo com tantos tratamentos extremamente invasivos: quimio, rádio etc. O câncer nunca é só o câncer.
O câncer vem acompanhado de queda de cabelo, distúrbio metabólico, feridas da boca, inchaço, dores excessivas pelo corpo todo, enxaqueca, náusea, diarreia, vômitos, cansaço, dores psiquiátricas e psicológicas, dor na alma.
Dor na alma de todos, pacientes e doente.
Mas afinal, quem é o doente? Ouso dizer, que todos ficam doentes com o paciente oncológico, pais, filhos, tios, namorados, amigos....
E é para diminuir a dor desses pacientes é que precisamos continuar investindo em tecnologias terapêuticas precisas e inovadoras, as quais se traduzem em tratamentos mais assertivos, com menos efeitos colaterais.
O paciente oncológico deve ser tratado individualmente. O paciente com câncer não se resume a um mero Protocolo de Diretrizes Terapêuticas do Sistema Único de Saúde. Isso significa dizer que o médico assistente tem obrigação de prescrever a melhor conduta, cabendo ao paciente a escolha de pagar por ela ou não.
Todos temos direito, constitucionalmente, de ter acesso ao melhor tratamento.
Aqui vai um grande conselho: paciente oncológico e família, informem-se, pesquisem sobre medicamentos. Paciente informado não é enganado.
Fiquem com Deus e até a próxima.
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