Paciente de UPA não aguenta espera e fica caído no chão com dor
Sesau explica que muitos casos sintomáticos de covid-19 deram entrada na unidade nesse domingo
O período crítico da saúde pública começa a dar sinais de melhora com a redução dos números da covid-19 em todo o Mato Grosso do Sul, mas ainda está longe da resolução de problemas agravados com a pandemia e que já eram corriqueiros. A espera por atendimento é longa e algumas vezes sequer acontece nos postos de saúde.
Nesse domingo (11), essa situação se repetiu na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do bairro Vila Almeida, região oeste de Campo Grande. Quem relata o problema para a reportagem é a leitora Marluci Moraes, que entrou em contato pelo Direto das Ruas.
As imagens enviadas por Marluci mostram várias pessoas aguardando por atendimento, dentro de fora da unidade, além de um homem estirado no chão do posto, pedindo por atendimento. "Ele sofreu um acidente de moto e dizia estar com o ombro quebrado. Ele urrava de dor, mas mesmo caído no chão não conseguia ser atendido", revela.
A leitora ainda revela que chegou às 9h com o marido no local, e até às 13h não tinha conseguido ser atendida. "Ele está com covid e baixou a saturação de oxigênio dele. Então fomos no posto para que alguma coisa fosse feita, mas sequer passar pelo médico conseguimos. Nos falaram lá que havia apenas um médio".
Marluci prossegue o relato e diz que, alguns dias antes, o filho dela também passou mal e foi procurar a UPA, já que ele teve contato com o pai e também pode estar com covid. "Ele ficou duas horas esperando, mas a enfermeira disse para ele ir embora por que não tinha médico. O mínimo que tinha que fazer era tratar meu filho", desabafa.
Segundo fala gravada pela leitora no posto, a assistente social explica aos pacientes que a situação não é exclusiva da UPA Vila Almeida e se repete em outros lugares. Além disso, ela conta que vai reportar tudo à Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública) para que um reforço no atendimento seja enviado ao posto.
"A covid mata? Claro que mata. Mas não é covid que mata mais, é a falta de atendimento. O inferno deve ser mais tranquilo que aquele lugar ali", desabafa Marluci, indignada por após quatro horas na fila, ter que ir embora sem atendimento, já que o marido está bastante debilitado e também precisava almoçar.
Sesau - A reportagem questionou a Sesau sobre a situação na Vila Almeida e, em resposta, foi dito que o homem que estava no chão já foi atendido e está neste momento recebendo os devidos cuidados na enfermaria.
O texto ainda revela que, no momento, há quatro médicos realizando o atendimento e há muitos pacientes sintomáticos na espera, além de um número considerável de pacientes que exigem acompanhamento especial na enfermaria. "Mas todos estão sendo atendidos dentro do tempo protocolar de 4 horas para caso de menor gravidade", finaliza.
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