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Economia

Abelha sem ferrão é opção para produzir mel até em apartamento

Caroline Maldonado | 17/09/2014 09:44
Abelhas indígenas não têm ferrão, por isso não oferecem riscos (Foto: Divulgação: Famasul)
Abelhas indígenas não têm ferrão, por isso não oferecem riscos (Foto: Divulgação: Famasul)

Abelhas indígenas sem ferrão podem ser criadas em casa e até em apartamento. O mel tem cor clara e maior teor de água, entre 25% e 35%, por isso o sabor é menos enjoativo. Além disso, a espécie que tem esse nome por ser originária do Brasil, contribui com a manutenção de plantas nativas, segundo o presidente da Feams (Federação de Apicultura e Meliponicultura de Mato Grosso do Sul), Gustavo Nadeu Bijos. O especialista dá dicas para quem quer ingressar na meliponicultura.

Uma colmeia sem abelhas custa até R$ 60, já com enxame o valor fica entre R$ 80 e R$ 400. O apicultor ressalta que tudo depende da espécie e do tipo de produção. “O mel também é comercializado conforme a espécie. O quilo do produto varia entre R$ 80 e R$ 120”, explica Gustavo, ao afirmar que a maioria dos meliponicultores trabalha com a venda de enxames.

Criar abelhas é mais simples do que parece, mas o especialista recomenda aos iniciantes participarem de capacitações para definir a espécie a ser criada e conhecê-la para o manejo correto. O presidente da entidade também é instrutor do Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso do Sul). Neste mês a instituição oferece curso de criação de abelhas indígenas em Dourados, entre os dias 17 e 19 de setembro.

O instrutor explica que a criação de abelhas sem ferrão difere das africanizadas, que possuem ferrão. “Em algumas cidades, são criadas até mesmo em apartamentos e, pessoas de todas as idades podem praticar essa atividade”, destaca , ao ressaltar que as colmeias são diferentes e que há medidas de acordo com cada espécie. O instrutor esclarece que as abelhas possuem sim o instrumento de defesa. “A diferença é que ele é atrofiado na maior parte das nativas brasileiras”.

Vantagens - Como as abelhas indígenas polinizam plantas nativas brasileiras, geram mais sementes viáveis e consequentemente novas plantas. Segundo o apicultor, se a espécie sem ferrão entrar em extinção, a flora pode ser prejudicada. “Se nossas abelhas nativas sumirem, várias espécies vegetais também correm o risco de desaparecer”.

A quantidade de água presente no mel da abelha indígena, explica Gustavo, contribui para um sabor menos enjoativo. “Essas características fazem com que o mel estrague mais facilmente. Em seu estado natural, deve ser mantido sob refrigeração”, explica. Nesta semana, O Senar oferece 64 cursos para produtores rurais. Mais informações estão disponíveis no site www.senarms.org.br ou pelo telefone (67) 3320-9700.

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