"Ainda nem superei o último aumento", diz motorista sobre nova alta da gasolina
Aumento anunciado pela Petrobras é o quarto de 2021, com acumulado de 34% nas bombas
Após a Petrobras anunciar novo aumento no preço da gasolina, desta vez de 10,2%, o reajuste acumulado só neste ano é de 34,7%. Não tem como ficar apático ao índice há muito não visto nas bombas. Cada R$ 200,00 no tanque no ano passado, em 2021 passaram a ser quase R$ 270,00.
Pelas ruas de Campo Grande, o sentimento entre motoristas, principalmente, taxistas e quem roda por aplicativo, é de revolta. O "bico" no transporte de passageiros, para muitos, está cada vez mais inviável. Acostumados a rodar os quatro cantos da cidade, diariamente, para os profissionais, o lucro cai a cada dia.
"Complicado, porque fora as corridas, o aplicativo já cobra a taxa da distância e, com o aumento do combustível, fica pior, pesa bastante no orçamento”, destaca o motorista Rodrigo Franco, de 25 anos.
O jovem diz que ainda nem superou o aumento anterior. “Já sentimos bastante a diferença do último aumento para cá, principalmente porque temos que abastecer todos os dias”, relata.
Para o taxista Magno carneiro de Souza, 53 anos, o valor maior também torna tudo mais complicado. “Fica difícil de trabalhar porque só vai aumentando e não tem como fazer nada. Fora que fica amarrado no preço da corrida e fica mais difícil de aumentar a clientela”, destaca Magno carneiro de Souza, 53 anos.
Outro taxista, de 56 anos, também reclama. “Pesa no orçamento, qualquer centavo que sai do nosso bolso, no produto final pesa. Abastecemos todos os dias, então pensa no final do mês esses 10 centavos? Claro que pesa”, destaca o profissional que atual no ramo há 33 anos.
Susana é cabeleireira e também demonstra insatisfação com o aumento. “Já era horrível e agora tá péssimo. Não sei o que vai ser de nós, mexe muito no orçamento”.
Alta - O novo reajuste, também válido para as refinarias, é de 10,2% fazendo o preço médio do litro da gasolina subir para R$ 2,48 e não será necessariamente acompanhado na mesma proporção ns bombas, já que existem vários fatores como tributos que influenciam no preço final.
Segundo o presidente da Applic (Associação de Parceiros de Aplicativos de Transporte de Passageiros e Motoristas Autônomos de Mato Grosso do Sul), Paulo Cesar Teodoro Pinheiro, para quem trabalha com aplicativo de carona, os quatro aumentos pesam muito no orçamento.
“Se continuar assim não restará outra alternativa a não ser protesto. A questão em si para nós é a carga tributária do Estado que sem dúvidas está entre as cinco mais altas do País”, disse Paulo.
Para ele se somar ainda a alta dos combustíveis com os outros riscos que envolvem a categoria no trânsito muitos motoristas não vão suportar.
“Muitos não vão ter condições de arcar com os compromissos diários e não vão conseguir levar o sustento para casa. E isso ainda vai atingir a população que deixará de ter um serviço de qualidade”, declarou o presidente da associação.