Calor intenso eleva preço de frutas e opção é consumir produção da época

Manter uma alimentação saudável anda pesando no bolso do consumidor e as frutas estão até 9% mais caras devido ao calor intenso. A solução para economizar é optar pelos produtos da época, como ponkan, laranja, abacate e banana.
De acordo com o coordenador da Ceasa (Central de Abastecimento), Cristiano Chaves, a tendência é que os preços aumentem ainda mais nos próximos dia. "O calor está intenso e faz com que os produtores tenham que aumentar a irrigação e o clima acaba influenciando nos preços finais", afirma.
Na Ceasa, o quilo da tangerina e laranja custa R$ 1,60. O mamão formosa está sendo comercializado a R$ 2,75 e o papaia a R$ 8,13.
Mato Grosso do Sul compra maça do Rio Grande do Sul e a fruta tem encarecido nos últimos meses. A caixa de 18kg da fruta comercial custa R$ 70 e o tipo red está por R$ 150. "Como não temos produção dessas frutas aqui, ficamos refém dos produtores de outros Estados e do clima de lá", explica o coordenador.

As feiras de Campo Grande podem ser a solução para os consumidores, já que os feirantes vendem o que produzem ou compram diretamente dos produtores.
O feirante José Martins de Oliveira e a esposa, Landora Cruz Martins, tem uma barraca de frutas que montam todos os dias em bairros diferentes. Eles compram os produtos diretamente dos produtores.
"Vamos em assentamentos e conseguimos economizar até 30% comprando direto do produtor e com isso, vendemos mais barato, o que garante a freguesia", conta o aposentado.
Segundo Oliveira, quando começou a vender frutas na feira, ele comprava direto da Ceasa. "Mas não compensa, porque a Ceasa vende mais caro pois compra de outros lugares. Uma melancia lá custa R$ 1,50 o kg e comprando direto do produtor, pago R$ 1".
Na barraca do casal, quem compra mamão formosa paga R$ 5 por três frutas. A unidade de um abacaxi pérola custa R$ 7 e banana sai por R$ 5 a dúzia. José e a esposa percorrem as feiras dos bairros Vila Taveirópolis, Vila Jacy, Caiçara, Guanandy, Aero Rancha e Coophavila.
O feirante e produtor Márcio José Gonçalves, relata que vende na feira o que produz na propriedade e que assim, consegue vender mais barato. "Agora está produzindo banana, abacate e ponkan e o consumo dessas frutas tem aumentado", afirma.
Para o feirante Cláudio Márcio Santana, como as pessoas estão comprando menos, é importante vender mais barato. "Trabalho há 20 anos como feirante e vi que os consumidores mudaram o hábito e passaram a comprar menos, mas eles não deixam de consumir. A solução é vender as frutas de época".
Ele alega que compra diretamente da Ceasa e a fruta que deixou de vender foi o melão, pois o quilo está custando R$ 6. "Produtos caros encalham. A banana por exemplo, eu vendo a R$ 3a dúzia e sai muito". Além de vender na feira da Vila Taveirópolis, Cláudio percorre as feiras dos bairros Jockey Clube e Coophavila.

Consumidores – Quem não deixa de consumir é o aposentado José Carlos Gomes, 68. "Eu gasto R$ 20 por semana na feira e saio com um monte de frutas, porque em feira, é mais barato e economizo até 10% do que se comprar em supermercado", afirma.
A dona de casa Carmen Elsa, 46, diz que prefere comprar nas feiras porque economiza mais e as frutas são mais frescas. "Eu vou toda semana na feira porque meu neto gosta muito de frutas e agora, compro mais banana, tangerina e abacate, porque tá na época e é mais barato".
A consumidora Patrícia Juliana, conta que paga caro, mas não fica sem frutas. "Compro toda semana e opto pela fruta que está com preço mais acessível".