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Economia

Capital perde 700 voos em 4 meses e passagens aéreas ficam mais caras

Renata Volpe Haddad | 02/06/2015 13:15
Companhias aéreas informam que o cenário de 2015 é desafiador, e os voos da Azul estão operando com 80% de ocupação. (Foto: Marcelo Calazans/Arquivo)
Companhias aéreas informam que o cenário de 2015 é desafiador, e os voos da Azul estão operando com 80% de ocupação. (Foto: Marcelo Calazans/Arquivo)

Nos quatro primeiros meses deste ano, 718 voos deixaram de sair ou chegar no Aeroporto Internacional de Campo Grande. Dados da Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária) mostram que quando comparado ao primeiro quadrimestre de 2014, a quantia de voos que passam por aqui caiu 8,8%, passando de 8.139 para 7.421. Companhias aéreas têm feito ajustes que incluem cancelamentos de voos, o que consequentemente, encarece o preço das passagens.

No fim do ano passado, a Avianca cancelou um voo direto para Curitiba (PR) e a Gol anunciou que agora trabalha sob demanda na Capital, o que significa que se a procura estiver baixa eles podem cancelar voos e relocar os passageiros.  Para vice-presidente da Abav/MS (Associação Brasileira de Viagens Aéreas), Juliana Fraga Vidal de Freitas, o problema do sistema aéreo de Campo Grande é pontual. “Quando precisamos remarcar algum voo por certa companhia, vemos que a decolagem que sempre tinha na grade, não tem mais, não é algo certo”, comenta ela sobre os cancelamentos.

Juliana explica que de certa forma, isso tem atrapalhado passageiros que vão para o exterior, já que os voos que saíam do aeroporto da Capital no período da tarde, não tem mais todos os dias. “Com isso, os passageiros que vão embarcar pela manhã, precisam pegar um voo mais tarde e dormir em São Paulo para embarcar de madrugada em Guarulhos, que é de onde decolam os aviões internacionais”, completa dizendo que isso gera um custo a mais aos passageiros.

Passagens estão mais caras e companhias aéreas trabalham apenas com demanda em Campo Grande. (Foto: Reprodução Internet)
Passagens estão mais caras e companhias aéreas trabalham apenas com demanda em Campo Grande. (Foto: Reprodução Internet)

Comparação - Pesquisando nos sites das companhias é possível notar os preços mais altos. Por exemplo, viajar de Campo Grande para o aeroporto de Guarulhos em São Paulo, em junho, custa R$ 594,90, pela Gol. Pela Tam R$ 549,90 e pela Azul R$ 533,90.

O que mais chama atenção é que no mesmo dia, embarcar de Cuiabá- distante 707 km de Campo Grande, é mais barato, sendo que, a Capital vizinha está mais longe de São Paulo. De Cuiabá para Guarulhos pela Tam R$ 424,90, pela Azul R$ 514,90 e Gol R$ 287,90.

Antecedência - As agências de viagem de Campo Grande afirmam que a diminuição de pousos e decolagens tem atrapalhado as vendas. O diretor da Moatrip, Pedro Fialho, comenta que um voo que foi cancelado e que faz falta para os passageiros, é o que ia direto para Curitiba. “A Avianca cancelou o voo no ano passado que fazia escala na Capital e ia direto para Curitiba. Agora tem dia que tem e dia que não”, ressalta.

Já o consultor de viagens da Premier Turismo, André Luiz Flores, vai mais a fundo. Ele conta que este ano, as tarifas não tiveram tantos descontos quanto o ano passado e que para conseguir passagem mais barata, é preciso fazer uma busca com bastante antecedência. “Existem voos que não diários e as companhias internacionais estão com promoções, e isso lota o aeroporto de Guarulhos, encarecendo os voos para São Paulo”, comenta.

A gestora da Time Tour Turismo, Andresa Lima, afirma que as empresas aéreas também estão se mobilizando para atender as demandas que Campo Grande necessita. "Os passageiros estão pedindo a volta do voo das 15h, mas há uma necessidade de receber da Infraero , um retorno sobre a malha viária e investimentos na Capital”, analisa.

Melhoria - De acordo com o presidente da Fundtur (Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul), Nelson Cintra, o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) está estudando uma forma de reduzir o ICMS do óleo diesel, o que consequentemente vai influenciar no preço do combustível usado na aviação. "O governo está fazendo a sua parte dentro desse objetivo, mas é importante que as empresas aéreas também façam a parte delas repassando essa redução para o consumidor final", afirma.

Companhias - Questionadas, as companhias aéreas se manifestaram afirmando que o cenário de 2015 é desafiador, por causa da alta do dólar. Esse é o caso da Tam, que explica em nota, que por causa da volatilidade da demanda e dos impactos do câmbio nos custos operacionais, a empresa tem avaliado de perto a evolução da necessidade dos passageiros, para poder adaptar a malha aérea com flexibilidade, de acordo com condições do mercado.

Já a Azul, informa que não houve nenhuma alteração na Capital e os voos estão com aproximadamente 80% de ocupação. Mas não é este cenário que vivenciamos, e quem precisa viajar sente o peso das passagens.

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