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Economia

Castanha de baru entra na rota de exportação e leva Cerrado para a Suíça

“Mostra que é possível que a pequena empresa entre no mercado internacional”, diz consultora do Sebrae

Aline dos Santos | 14/03/2023 11:54
O empresário Claudeci Vieira da Silva posa com produto para exportação. (Foto: Divulgação/Sebrae)
O empresário Claudeci Vieira da Silva posa com produto para exportação. (Foto: Divulgação/Sebrae)

Direto do Cerrado sul-mato-grossense para a Suíça. Essa é a jornada da castanha de baru, que agora é mais um produto “made in MS” a viajar pelo mundo. O processo de exportação foi concluído pela PPM Nutracêuticos, localizada em Campo Grande, e que teve apoio do Sebrae/MS e do Centro Internacional de Negócios do Sistema Fiems (Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul).

“Sempre tive o sonho de vender para fora do Brasil, de ter produtos com a qualidade que nós produzimos sendo levados para fora”, afirma Claudeci Vieira da Silva, fundador da PPM Nutracêuticos, que atua no mercado de alimentos funcionais, nutrição esportiva e suplementos minerais e vitamínicos.

Durante o processo de internacionalização, a empresa teve apoio da Florestas Brasil, em Miranda, que atua na comercialização de produtos sustentáveis para dar perspectivas a moradores locais.

No rótulo do produto enviado a Suíça, é possível observar que a produção foi feita em parceria com indígenas da etnia Terena, presentes em Miranda, além das mulheres do Assentamento Monjolinho, localizado em Anastácio.

Consultora do Sebrae, Andréa Afif Elossais destaca que houve junção de sustentabilidade (bioeconomia) com o processo industrial e exportação. “Mostra que é possível que a micro e a pequena empresa entrem no mercado internacional”, afirma.

As empresas foram acompanhadas por um ano e seis meses, com orientações desde a rotulagem do produto (atendendo aos critérios do importador) à estruturação burocrática (habilitações na Receita Federal).

O comprador fez contato com a Floresta Brasil em busca do produto.  A castanha é coletada por moradores de assentamentos e enviada para a empresa em Campo Grande. Depois, o produto é torrado e embalado a vácuo. O carregamento foi de Mato Grosso do Sul para o Porto de Santos (São Paulo)  e seguiu viagem  de navio para o continente europeu.

Até então, a castanha de baru não possuía um processo de torrefação e embalagem adequados. Por meio da parceria com as instituições, a PPM teve a oportunidade de capacitar os funcionário e fazer adequações.

 “Fiquei admirado, de fato, pela conservação da floresta em pé. Por exemplo, podemos extrair bacuri, macaúba, jatobá. Aproveitando a floresta, conservando a floresta, e aproveitando o melhor dela, que são os frutos, e levando saúde para as pessoas”, afirma Claudeci.

Zanir Furtado tem marca de bolsas de luxo que vão de MS para o mundo. (Foto: Arquivo pessoal)
Zanir Furtado tem marca de bolsas de luxo que vão de MS para o mundo. (Foto: Arquivo pessoal)

Nascida para o mundo – A empresária Zanir Furtado planejou que a marca de bolsas de luxo já nascesse com o potencial de ganhar o mundo. Mas foi com apoio do Sebrae e do Centro de Negócios que trilhou os caminhos da exportação.

“Não sabíamos como fazer e tivemos parceria incrível com o Sebrae, foi fundamental. Participei de uma missão de moda em Nova York, numa das escolas mais conceituadas do mundo”.

As bolsas já têm compradores na Europa e Estados Unidos. Agora, ela se prepara para concluir remessa para a Alemanha. O mercado internacional também será atendido por meio de loja virtual.

“É um produto com valor agregado, que valoriza muito  o que é nosso. Não somos somente fornecedores de commodities. Temos pessoas talentosíssimas, que são capazes e fazem produto de primeiro mundo”, diz a empresária.

Planos - Com fábrica em Campo Grande, a Angí Chocolate, que inclui na receita frutos nativos colhidos por pequenas comunidades do Pantanal, prepara expansão para exportar. Com aumento em dez vezes da atual produção.

“Estamos em capacitação com as instituições e em ampliação de nossa fábrica para poder atingir esses mercados”, afirma Beatriz Branco, fundadora e proprietária da marca.

Produção de chocolate vai multiplicar por 10 para atender mercado externo. (Foto: Divulgação/Sebrae)
Produção de chocolate vai multiplicar por 10 para atender mercado externo. (Foto: Divulgação/Sebrae)

Milho e celulose - Mato Grosso do Sul encerrou o primeiro bimestre do ano com US$ 1,015 bilhão de exportações e US$ 539,1 milhões de importações, resultando no superávit de US$ 476,05 milhões. Os dados são da Carta de Conjuntura do Setor Externo elaborada pela Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação).

O milho aparece como o primeiro produto mais exportado (26,47%), totalizando US$ 268,7 milhões. O segundo produto da pauta foi a celulose. O principal destino foi a China.

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