Com volta de tributos, gasolina pode chegar a R$ 5,43

Redução nas refinarias, anunciada pela Petrobras, não deve ter impacto significativo nas bombas

Izabela Cavalcanti | 01/03/2023 09:55

Gasolina a R$ 5,37 no posto Small, localizado na Rua Spipe Calarge (Foto: Henrique Kawaminami)

A retomada dos tributos federais (PIS/Cofins e Cide) sobre a gasolina, no valor de R$ 0,47, pode fazer com que o combustível chegue a R$ 5,43 em Campo Grande. O valor leva em consideração o maior preço encontrado pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), a R$ 4,96.

O anúncio foi feito na tarde de ontem (28) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O etanol também terá a oneração de R$ 0,02.

Durante a espera do anúncio, a Petrobras informou queda de R$ 0,13 por litro da gasolina nas refinarias e de R$ 0,08 por litro, no diesel. Com isso, segundo o diretor-executivo do Sinpetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo e Lubrificantes de Mato Grosso do Sul), Edson Lazarotto, o impacto será em média de R$ 0,09 e R$ 0,06 para o consumidor.

Se analisar este cenário, acrescentando o tributo federal e diminuindo o preço anunciado pela estatal, o produto fica em R$ 5,34.

Segundo o gerente de um posto, que preferiu não se identificar, o aumento é inevitável para a população. "Ainda não reajustamos, mas vai aumentar, com certeza. Se as distribuidoras passarem para nós com R$ 0,47, vamos repassar ao consumidor o mesmo valor. Se vier cobrando mais que isso, também vamos aumentar mais. Acredito que a gasolina vai chegar a R$ 5,50. O anúncio feito pela Petrobras foi muito pouco", explica ao Campo Grande News.

Ainda conforme a ANP, o custo médio da gasolina comum comercializada na Capital está R$ 4,75; o etanol, R$ 3,66; e o diesel, R$ 6,09.

Lazarotto destaca que os postos não tem lucro em cima dos impostos. "Isso é um imposto que vai direto para o governo federal, assim como o ICMS vai para o governo estadual. O posto não tem margem em cima de impostos", afirma.

Em relação à retomada do tributo, Lazarotto diz que ainda é muito confuso a medida e que até o fim desta quarta-feira (1°) deve emitir uma nota.

Depois do aumento, Amanda diz que vai escolher o posto mais barato para abastecer (Foto: Izabela Cavalcanti)

A acadêmica de medicina Amanda Mendes, de 25 anos, ressalta que o reajuste mexe com a rotina e muda o orçamento. "Com certeza mexe na rotina, eu sempre tento fazer uma média boa com o carro para economizar e saio só quando precisa mesmo. Sempre procuro o posto que tiver mais em conta", destaca.

O motorista de aplicativo Abner da Silva, de 21 anos, se mostra preocupado com a situação. "Quem faz Uber como renda extra, provavelmente, vai parar, porque vai dificultar um pouco. O aumento fica pior para trabalhar, por isso sempre procuro o posto mais barato", disse.

Preços - A equipe de reportagem foi em busca de preço em oito postos. Com isso, foi verificado variação de 13,29% no preço da gasolina; 7,96% no etanol; e 5,71% no litro do diesel.