Comércio aposta no 13º dos servidores para amenizar quadro crítico de vendas
Em dois dias, serão depositados 474 milhões aos funcionários públicos
Em dois dias, a Prefeitura de Campo Grande e o Governo do Estado depositam a soma de R$ 474 milhões em décimo terceiro do funcionalismo público. Parte significativa desse montante deve ser destinada ao comércio seja para compras de presentes de Natal seja para pagamento de dívidas. De uma forma ou de outra, o dinheiro extra representa alívio ao setor, que contabilizou quase o ano inteiro retrações nas vendas e sofre com índices recordes de inadimplência.
O décimo terceiro dos servidores da Prefeitura de Campo Grande será depositado nesta terça-feira (12) e liberado para saque na quarta-feira (13). O abono totaliza R$ 82 milhões. Na quinta-feira (14) é a vez dos funcionários estaduais receberem o pagamento que soma R$ 392 milhões.
Para o analista da Fecomércio, Anderson de Assis Costa, o dinheiro circulará, em grande medida, no comércio. Com base em pesquisa da entidade, ele informou que 34,5% das pessoas devem usar o valor recebido do décimo terceiro salário para regularizar seus débitos. A maior parcela dessas contas é com o comércio. “Esse dinheiro vai amenizar a situação de inadimplência”, projeta.
No vermelho – Conforme a Fecomércio, até novembro, havia 104.619 pessoas com contas em atraso apenas na Capital. Esse número é 11% superior a de igual mês do ano passado, com 94.097 inadimplentes.
O mesmo estudo mostrou que 54.544 campo-grandenses não têm condições de quitar as dívidas. “Com o décimo terceiro, esses números tendem a ser menores a partir de janeiro”, disse o analista.
Gastos – Outra pesquisa da Fecomércio indicou que 48% dos consumidores de Mato Grosso do Sul pretendem ir às compras no Natal. O gasto total com presentes deve chegar a R$ 81,761 milhões, valor inferior a 2016 (R$ 86,208 milhões). A retração é de 5,15% ou de R$ 4,45 milhões.
No entanto, conforme observa Anderon, há ainda o desembolso com comemorações, tolizando valor estimado em R$ 128 milhões na movimentação do comércio no fim deste ano e início do próximo. Esses milhões de reais devem começar a entrar com mais intensidade no setor varejista a partir desta quarta-feira e atenuar estatísticas negativas deste ano.
Quedas – De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), de janeiro a setembro (último dado), o comércio varejista de Mato Grosso do Sul contabilizou oito quedas no volume das vendas na comparação com os resultados de 2016. Apenas setembro apresentou avanço – a alta foi modesta, de 0,8%. Nos demais meses, os índices variaram de -0,1% a -2,5%.