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Economia

Sem acordo coletivo, comércio fica 'perdido' e lojas não abrem

Negociação na segunda-feira (4) pode resolver demanda

Kleber Clajus | 03/12/2017 13:54
Ruas vazias denotam problemas em acordo para estender horário de atendimento no Natal (Foto: Paulo Francis)
Ruas vazias denotam problemas em acordo para estender horário de atendimento no Natal (Foto: Paulo Francis)

Clientes estranharam o pouco movimento, neste domingo (3), na região central de Campo Grande. Isso porque em época festiva nunca foi tão fácil encontrar estacionamento e lojas fechadas, graças a ausência de acordo entre lojistas e funcionários sobre o horário especial.

"Nem parece que estamos no clima de Natal", observou a dona de casa Adair Silva, 64 anos, que saiu hoje para garantir o próprio presente, enquanto a microempresária Neusa Zimpel, 48 anos, carrregou a família para um passeio com aspecto "fora dos padrões de Dezembro".

Até embalagem para presentar exigiu da cuidadora Rosa Maria Fonseca, 64 anos, uma boa caminhada por ruas quase desertas. Já o motorista Márcio Braga, 50 anos, avaliou que isso possa ser ainda reflexo da "crise dos governos e de pessoas ressabiadas com as reformas".

Adair Silva se surpreendeu com o baixo movimento no comércio central neste domingo (Foto: Paulo Francis)
Adair Silva se surpreendeu com o baixo movimento no comércio central neste domingo (Foto: Paulo Francis)
Márcio Braga acredita que reformas como a trabalhista deixaram as pessoas mais atentas (Foto: Paulo Francis)
Márcio Braga acredita que reformas como a trabalhista deixaram as pessoas mais atentas (Foto: Paulo Francis)

Para o tesoureiro da Fetracom-MS (Federação dos Empregados no Comércio e Serviços de Mato Grosso do Sul), Idelmar da Mota Lima, indefinição sobre o horário especial e alíquotas de reajuste foram diretamente impactadas por mudanças decorrentes da reforma trabalhista.

"Veio para tumultuar tudo e gera incerteza para os trabalhadores e empresariado. Fica todo mundo confuso", pontuou o sindicalista, que defende reajuste de 3% para a categoria. Uma nova rodada de negociação, prevista para segunda-feira (4), tem sinalização de acordo.

Integrante da diretoria do Sindicato do Comércio Varejista da Capital esclareceu ao Campo Grande News que a entidade aguardará o resultado da reunião para se posicionar, porém lojistas podem estender por até duas horas a carga horária normal de seus colaboradores.

Enquanto a definição sobre o reajuste e horário de atendimento natalino não saem, clientes continuam encontrando os estabelecimentos fechados aos fins de semana e depois das 18h. Exceções são raridade, conforme gerentes ouvidos pela reportagem, havendo planejamento para a segunda semana do mês quando as lojas pretendem ficar abertas até às 22h.

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