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Economia

Dólar à vista dispara e atinge R$ 5,91, maior valor nominal da história

Bolsa cai 1,73% e fecha abaixo dos 128 mil pontos; veja os destaques

Por Gustavo Bonotto | 27/11/2024 19:41
Cédula do dólar, moeda norte-americana utilizada para transações internacionais. (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)
Cédula do dólar, moeda norte-americana utilizada para transações internacionais. (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

O dólar fechou em alta de 1,80%, nesta quarta-feira (27), cotado a R$ 5,9124, registrando o maior valor nominal da história. Durante o dia, a moeda norte-americana chegou à máxima de R$ 5,9288. O recorde anterior era de maio de 2020, quando o dólar alcançou R$ 5,9007 em meio à pandemia de Covid-19.

A disparada ocorreu após a divulgação de que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deve anunciar, a partir de 2026, a isenção do IR (Imposto de Renda) para pessoas que ganham até R$ 5 mil por mês, uma promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O mercado financeiro, porém, esperava detalhes sobre medidas de corte de gastos públicos, fundamentais para que o governo atinja a meta de déficit zero em 2024.

O anúncio, ainda não oficializado, gerou incertezas sobre a viabilidade do arcabouço fiscal no médio e longo prazo, já que a ampliação da faixa de isenção do IR representaria uma renúncia fiscal significativa. Atualmente, estão isentos contribuintes com rendimentos mensais de até R$ 2.259,20.

A reação do mercado também impactou o Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira, que encerrou o dia em queda de 1,73%, aos 127.669 pontos. Na véspera, o índice havia subido 0,69%, fechando em 129.922 pontos.

Embora o governo não tenha detalhado o tema, o mercado esperava medidas concretas para equilibrar as contas públicas, especialmente após sucessivos adiamentos desde o fim das eleições municipais.

O cenário de incerteza econômica tem levado a uma desvalorização crescente do real frente ao dólar nas últimas semanas. Para investidores, o aumento dos gastos públicos e a ausência de cortes relevantes colocam em dúvida a capacidade do país de cumprir suas obrigações financeiras no futuro.

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