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Economia

"É um alerta", diz economista sobre 4ª queda consecutiva em intenção de consumo

Pesquisa mostra que maio traz menor índice do ano, com redução de 1,1% no ICF em relação ao mês de abril

Por Mylena Fraiha | 04/06/2024 16:10
Vendedora organiza roupas em loja de departamento (Foto: Arquivo/Campo Grande News/Paulo Francis)
Vendedora organiza roupas em loja de departamento (Foto: Arquivo/Campo Grande News/Paulo Francis)

O mês de maio registrou a quarta queda consecutiva no ICF (Intenção de Consumo das Famílias), com uma diminuição de 1,1%, que foi de 109,9 pontos em abril para 108,7 pontos em maio. Este é o menor índice desde outubro do ano passado, quando foi registrado 108,1 pontos, conforme pesquisa desenvolvida pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo).

A pesquisa de ICF, realizada na Capital, também abordou a percepção sobre compras no cartão de crédito: 19,6% dos entrevistados acreditam que está mais fácil; 34,3% consideram mais difícil; e 38,1% acham que está igual ao ano passado.

Em relação às compras em geral, 35,2% dos entrevistados estão comprando menos que no ano passado, 23,8% mais, e 41,1% o mesmo. Quanto à aquisição de eletrodomésticos, 52,2% consideram um mau momento para essas compras, enquanto 36,1% acham que é um bom momento.

Tabela mostra série histórica do ICF em Campo Grande (Imagem: Reprodução/Fecomércio MS)
Tabela mostra série histórica do ICF em Campo Grande (Imagem: Reprodução/Fecomércio MS)

De acordo com a economista do IPF (Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Fecomércio), Regiane Dede de Oliveira, Mato Grosso do Sul apresentou um bom desempenho no volume de vendas do comércio varejista, ocupando o 8º lugar em nível nacional, conforme apresentado pela última PMC (Pesquisa Mensal de Comércio), que avaliou o mês de março.

Entretanto, ela aponta que a queda consecutiva na intenção de consumo é um sinal de alerta para o comércio local. “É um alerta. Nós estamos em uma zona confortável ainda de variação positiva, porém há essa desaceleração do consumo, que é um ponto de atenção para o ano de 2024. Esperamos que esses números melhorem no segundo semestre”, destacou Regiane.

Na percepção de Regiane, essa queda na intenção de consumo tem relação com a alta taxa de endividamento das famílias em Campo Grande. “A questão do aumento do endividamento das famílias impacta. À medida que as pessoas perdem o poder de compra, começam a comprar parcelado. Quando há dificuldade em pagar essas parcelas, percebemos um aumento nas pessoas com contas em atraso”, explica.

A última PEIC (Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor) aponta que 207.377 famílias estavam endividadas em Campo Grande, no mês de fevereiro. O índice fica em 63,9% contra 63,3% em janeiro.

Dos entrevistados, 16,5% se consideram muito endividados; e 28,3% pouco endividados. O cartão de crédito continua liderando as dívidas (70%); seguido dos carnês (18,3%); financiamento de carro (9%); financiamento de casa (8,6%); crédito pessoal e (7,6%).

A economista também menciona que no primeiro semestre do ano os consumidores têm o salários comprometido com pagamento de impostos e outras despesas. “Geralmente, quando os consumidores estão mais organizados, já passou o período do primeiro semestre, que é quando impostos, matrículas escolares, compra de material escolar e outras dívidas acumulam”, concluiu a economista.

Volume de vendas - Apesar da queda na intenção de consumo, a última PMC (Pesquisa Mensal de Comércio), divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), revelou que o volume de vendas do comércio varejista sul-mato-grossense mantém alta pelo quarto mês consecutivo, e atingiu 1,1% na passagem de fevereiro para março.

Esse valor contabiliza os seguintes setores: Combustíveis e lubrificantes; Hiper e supermercados; Tecidos, vestuário e calçados; móveis e eletrodomésticos;  artigos farmacêuticos e médicos; Livros, jornais, revistas e papelaria; equipamentos para escritório; e outros artigos de uso pessoal e doméstico.

No comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças, material de construção e atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo, Mato Grosso do Sul registrou uma queda de -8,4%, tornando-se o terceiro estado brasileiro com menor índice de vendas neste setor.

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