Ferrovia segue desativada e já são mais de 200 funcionários demitidos
Em maio deste ano, o Sindicato dos Ferroviários de Mato Grosso do Sul divulgou que a Rumo ALL, responsável pela malha ferroviária do Estado, estava demitindo os funcionários. De lá para cá, já são mais de 200 trabalhadores demitidos, de acordo com o sindicato.
Em 23 de outubro deste ano, 79 trabalhadores ferroviários receberam cartas de demissões e outros 10 que estavam de licença ou férias, também foram notificados. Os trabalhadores faziam parte da conservação da via permanente. Ainda conforme o sindicato, serão 15 trabalhadores para cuidar de 1,1 mil quilômetros de linha férrea.
Segundo um funcionário que preferiu não se identificar, os trabalhadores de Três Lagoas até Corumbá foram dispensados no mês passado e a ferrovia está abandonada. "Em Corumbá tem mais gente trabalhando porque lá precisa de gente vistoriando. Alguns funcionários estão recebendo propostas para irem para Corumbá, mas a proposta é bem ruim, eles fazem isso para o funcionário ser demitido mesmo", conta.
Ainda de acordo com o trabalhador, também foi desativada a linha que passa por Sidrolândia e segue até Ponta Porã. "Os poucos que ainda estão trabalhando, cumprem horário comercial de segunda a sexta-feira e ficam de sobreaviso no fim de semana, ou seja, não pode fazer compromisso, já que precisa esperar o vagão chegar. Estamos largados, no local onde estamos tem muitas pombas e corremos o risco de pegar uma doença", relata.
Governo - Em 27 de maio deste ano, o governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB) se reuniu com diretores da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), em Brasília, para discutir as demissões e outros prejuízos da desativação de trechos ferroviários no Estado.
O presidente da ANTT, Jorge Luiz Macedo Bastos, se comprometeu em realizar a manutenção do serviço ferroviário e de participar da discussão de investimento que a Rumo ALL iria fazer em 12 de junho. Porém, as demissões continuaram.
Com a desativação da ferrovia, toda a produção de celulose, minério de ferro, álcool e combustível, que hoje chega até São Paulo pelos trilhos terá de fazer o mesmo trajeto, só que de caminhão. Só o transporte de combustível vai colocar mais 6 mil carretas por mês nas rodovias do Estado.