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Economia

Mercado do boi perdeu o rumo após delação da JBS, diz presidente da Acrissul

Paulo Nonato de Souza | 26/05/2017 17:07
Mercado bovino em Mato Grosso do Sul está sem rumo, avalia a Acrissul (Foto: Divulgação)
Mercado bovino em Mato Grosso do Sul está sem rumo, avalia a Acrissul (Foto: Divulgação)

Depois das delações premiadas dos irmãos Joesley Batista e Wesley Batista, donos da JBS, o mercado pecuário em Mato Grosso do Sul perdeu o rumo a ponto de não saber o que fazer, disse o presidenta Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), Jonathan Barbosa, em entrevista ao Campo Grande News, por telefone, nesta sexta-feira, 26.

Segundo ele, a situação é preocupante em todo o Brasil, mas se torna ainda mais grave em Mato Grosso do Sul, considerando que no Estado a JBS tem o domínio de mais de 70% dos abates. Na prática, avalia que o grupo detém o monopólio do mercado sul-mato-grossense, entre abates diretos e indiretos.

“Eles compraram alguns frigoríficos que recebem para não abater, pagam um tipo de mensalão, que são os abates indiretos, e agora estamos sem alternativa para quem vender. Fizemos várias denúncias de monopólio até para o CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), falamos do assunto quando o ministro Blairo Maggi (da Agricultura e Pecuária) esteve na abertura da Expogrande, mas ninguém nos ouviu, e aí está o resultado”, comentou.

Jonathan disse que a Acrissul convocou reunião para a próxima terça-feira, às 16 horas, inclusive com a presença do governador Reinaldo Azambuja, para decidir sobre o que fazer diante do marasmo do mercado depois das delações da JBS.

O dirigente da entidade rural afirmou que o objetivo da reunião é buscar uma alternativa, “minima que seja”, para o mercado bovino de Mato Grosso do Sul.

Sobre a presença do governador Reinaldo Azambuja no encontro, Jonathan disse que o convite foi feito pela entidade para que ele não apenas ajude a entidade a encontrar uma solução, mas que também apresente suas explicações por aparecer em uma lista de pagamento de propina por parte da JBS, onde também aparecem os ex-governadores Zeca do PT, atualmente deputado federal, e André Puccinelli, do PMDB.

“Está combinado que o governador Reinaldo irá. Até agora está tudo encaminhado para que esteja presente”, ressaltou.

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