Mesmo com dois “descontos”, licitação da folha da prefeitura não atrai bancos

A tentativa da Prefeitura de Campo Grande para vender à instituição financeira a folha de pagamento de 33.639 servidores municipais, entre pessoal ativo e inativo, não teve interessados. As propostas, com lance mínimo de R$ 87.401.168,40, deveriam ter sido apresentadas ontem (dia 11), mas o resultado do pregão eletrônico 327/2022 foi deserto.

A expectativa da administração municipal, que compromete 60% da receita com pessoal, era usar o dinheiro arrecadado com a venda da folha para custear obras em Campo Grande.

O resultado do pregão foi publicado na edição de hoje (dia 12) do Diário Oficial. No Portal da Transparência da prefeitura, a reportagem verificou que os bancos Bradesco e Caixa Econômica Federal solicitaram esclarecimentos, mas acabaram não formalizando proposta.

No primeiro edital, publicado em 28 de dezembro de 2022, o valor mínimo aceitável a título de oferta seria de R$ 102.915.156,60. Depois, a prefeitura reduziu para R$ 99.356.384,40. Por fim, novo abatimento, desta vez fixando o lance mínimo em R$ 87,4 milhões.

O pregão eletrônico era para contração de instituição financeira, pública ou privada (banco ou cooperativa de crédito), em caráter de exclusividade, para prestação de serviços de pagamento de vencimentos, proventos, aposentadorias, pensões e benefícios, dos servidores e beneficiários da administração indireta (autarquias e fundações) do município de Campo Grande. A prefeitura não informou qual será o destino da licitação.

Paralela - Divulgado na semana passada, pente-fino do TCE (Tribunal de Contas do Estado) nas contas da Prefeitura de Campo Grande revelou divergência milionária nos gastos com pessoal.

A equipe técnica, que se debruçou sobre as despesas de janeiro a dezembro do ano passado, aponta diferença de R$ 386.186.294,18 entre a despesa apurada conforme as folhas de pagamentos enviadas à Corte Fiscal e a executada orçamentariamente.