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Economia

MS pede interferência do Itamaraty e bolivianos liberam rodovia por 2 horas

Manifestação já dura 9 dias e estima-se que cerca de 200 caminhoneiros brasileiros estejam presos em congestionamento

Anahi Zurutuza | 16/07/2020 19:05
Manifestantes fechando rodovia e caminhões paradas do fundo (Foto: Direto das Ruas)
Manifestantes fechando rodovia e caminhões paradas do fundo (Foto: Direto das Ruas)

O Governo de Mato Grosso do Sul pediu que o Itamaraty exija que o governo boliviano negocie o fim de bloqueio entre Corumbá e Arroyo Concepción, pequena cidade boliviana localizada antes de Puerto Quijarro e Puerto Suárez. Manifestação já dura 9 dias e estima-se que cerca de 200 caminhoneiros brasileiros estejam presos em congestionamento de ao menos 20 km.

Antes do fechamento da matéria, chegou ao Campo Grande News informação de que a interferência nacional já havia surtido efeito. Mas, ainda não há certeza de que o protesto foi encerrado definitivamente.

De acordo com o secretário estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico, Jaime Verruck, pediu que Ministério das Relações Exteriores intercedesse na questão, que é responsabilidade da diplomacia nacional, mas de direto impacto local. “Fiz um ofício para o ministro Ernesto Araújo, porque precisamos do Itamaraty, e conversei também com o senador Nelsinho Trad [presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional no Senado], para que diplomaticamente negociem. Precisamos que o governo central boliviano faça negociação do problema de saúde”.

Verruck informou que hoje mesmo havia recebido o retorno. “O Itamarati nos informou que o embaixador brasileiro na Bolívia acionou ministérios”.

Além dos brasileiros, boa parte deles de Mato Grosso do Sul, que não consegue voltar por causa da manifestação, outro prejuízo com o protesto é dos atacadistas e transportadores corumbaenses e de outras cidades do Estado que não consegue entregar produtos nas cidades bolivianas. “O bloqueio está a 15 km da nossa fronteira, que está fechada por causa da pandemia, mas não para o transporte de mercadorias. Puerto Suárez já começa a sofrer desabastecimento. Mas o grande prejuízo é local. Atacadistas de Corumbá que não conseguem levar e transportadoras não consegue recuperar os caminhões”, detalha o secretário.

O presidente da SetLog Pantanal (Sindicato das Empresas de Transporte Rodoviário de Cargas e Logística de Corumbá e Ladário), Lourival Junior, estima prejuízos diários de R$ 1 milhão com os caminhões parados. “Liberaram por duas horas hoje e está sendo uma reunião agora. Uma comissão do governo veio negociar. Estamos esperando que liberem definitivamente, mas a reunião ainda está acontecendo”, afirmou no início desta noite.


O motivo – No dia 8, manifestantes fecharam a rodovia próximo a Corumbá em protesto por melhorias na saúde para o enfrentamento da pandemia do coronavírus. Foi quando caminhões, que antes tinham liberação para passar, começaram a formar fila na rodovia.

Em entrevista ao Diário Corumbaense, o presidente do Comitê Cívico de Puerto Suárez, Humberto Miglino Rau, explicou que o protesto não tem cunho político e enfatizou que faltam equipamentos e itens médicos para os profissionais que atuam no País.  “Nós enviamos duas cartas ao presidente do país com as reivindicações e não fomos atendidos. Fizemos um bloqueio de 48h e não fomos atendidos”, declarou fazendo menção ao protesto realizado no mês passado.

Dentre as reivindicações estão a de melhorar a estrutura do Hospital San Juan de Dios que atende pacientes das cidades bolivianas mais próximas.

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