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Economia

Petrobras reduz investimentos e para obra de fábrica de fertilizantes

Caroline Maldonado | 30/01/2015 07:44
Obra continuará parada em Três Lagoas, com 85% construídos (Foto: Divulgação)
Obra continuará parada em Três Lagoas, com 85% construídos (Foto: Divulgação)

A Petrobras anunciou nesta quinta-feira (30) que irá diminuir os investimentos em 30%. Com isso, manterá parada a obra da UFN 3 (Unidade de Fertilizantes Nitrogenados), em Três Lagoas, a 338 quilômetros de Campo Grande. Segundo a presidente da estatal, Graça Foster, será feita uma nova licitação, “conduzida com a velocidade necessária” para que seja retomada a obra paralisada em novembro de 2014, com 85% construídos.

Durante teleconferência com analistas, Graça disse ainda que ao longo dos próximos anos, a Petrobras irá desacelerar o ritmo das obras das duas principais refinarias em construção, a Comperj, em Itaboraí, no Rio de Janeiro e Abreu e Lima, em Pernambuco. De acordo o jornal Folha de São Paulo, o diretor de Abastecimento e Refino, José Carlos Consenza, disse que as duas obras correrão em passos lentos até que a Operação Lava Jato tenha novos desdobramentos.

As obras em fase inicial das refinarias Premium I, no Maranhão e Premium II, no Ceará, por sua vez serão paralisadas. Juntas, as duas empreitadas planejadas no governo do ex-presidente Lula, já custaram R$ 2,7 bilhões. Além disso, a Petrobras não entrará em leilões de novas áreas de petróleo este ano, com fim de reduzir a exploração ao “mínimo necessário”, conforme as palavras do diretor de Exploração e Produção, José Maria Formigli.

Conforme resultado do balanço do terceiro trimestre de 2014, os lucros da Petrobras caíram 38% no período, em relação ao trimestre anterior, saindo de R$ 4 bilhões para R$ 3,1 bilhões. O valor, segundo a Folha de São Paulo, não leva em conta dinheiro perdido em desvios investigados ela Operação Lava Jato e nem a perda de valor recuperável de alguns de seus ativos em função do escândalo. Contudo, Graça disse que 2014 foi ano de recordes de produção e as redefinições ocorrem de forma segura.

UFN 3 – A unidade em Três Lagoas, caso concluída, será a maior fábrica de fertilizantes da América Latina. A obra foi de responsabilidade do consórcio entre as empresas GDK, Sinope e Galvão Engenharia. Com a paralisação, foram demitidos 2.891 funcionários, que brigaram na Justiça para receber seus direitos. O pagamento de R$ 32 milhões foi liberado, em dezembro do ano passado, depois de muitos protestos no município.

Fornecedores da obra, em Mato Grosso do Sul, no entanto, ainda não conseguiram receber os R$ 25 milhões. Somente em Três Lagoas, a dívida chega a R$ 12 milhões. Em dezembro e neste mês representantes dos empresários já fizeram reuniões com diretores da estatal, mas o impasse continua e os fornecedores, alguns falidos por conta das dívidas que contraíram para atender a obra, já fizeram dois protestos.

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