Reajuste cobre custos, mas luz pode ter novo aumento se estiagem continuar
Passa a valer a partir de hoje (8), o reajuste de 3,22%, que será repassado para os consumidores de Mato Grosso do Sul. O novo aumento vai compensar os custos que a bandeira tarifária, aplicada desde o mês de março, não cobre. O reajuste foi aprovado ontem pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). No entanto, a crise hídrica pode provocar novos reajustes ainda neste ano.
Os itens que mais pesaram para o aumento da energia elétrica foi o CDE (Conta de Desenvolvimento Energético), e a RTE (Revisão Tarifária Extraordinária), aplicada em caráter de urgência por todas as empresas de distribuição de energia elétrica do País.
De acordo com diretor-presidente da Energisa Mato Grosso do Sul, Marcelo Silveira da Rocha, a solicitação inicial para aprovação da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), foi de 5,71%, após negociação ficou estabelecido o valor médio de 3,02% para consumidores de baixa tensão, e 3,64% para os de alta e média tensão, dando um efeito médio total de 3,22%.
Sobre a possibilidade de um novo reajuste, o diretor-presidente da Energisa, disse que "teoricamente não existe outro reajuste em vista", mas que tudo vai depender da recomposição dos reservatórios. "Se a situação de geração térmica perdurar, esse aumento pode acontecer, tudo depende dos reservatórios", comentou.
Mesmo com o aumento, Rocha afirmou que o consumo de energia elétrica ainda não diminuiu, mas ele acredita que o consumidor vai passar a adquirir o consumo consciente. "Os consumidores devem adotar os mesmos procedimentos que foram adotados durante o período de racionamento, ou seja o do consumo consciente, desta forma vai intensificar o consumo racional".
Outro ponto comentado por Rocha, foi o alongamento dos empréstimos feitos por concessionárias para a compra de energia, devido a crise no setor, o que possibilita um índice de reajuste na tarifa 50% menor que o estimado. Em Mato Grosso do Sul, esse financiamento foi prorrogado em 54 meses.
Esse reajuste é para atualizar parte dos custos da empresa que não foram contemplados na Revisão Tarifária Extraordinária. "O aumento é para cobrir o financiamento que teve as parcelas estendidas, dessa forma ele será repassado de forma diluída para o consumidor", disse.
Sobre futuros projetos de energia renovável para Estado, o que poderia garantir uma redução nas contas de energia, Rocha adiantou que ainda não há nada em vista para a região do centro-oeste. "A energia térmica é mais barata que a hídrica, o único problema é a falta de chuva, conforme os reservatórios vão se recompondo, vamos sair da bandeira vermelha, o que deve gerar uma diminuição no valor".
O reajuste anual aprovado para MS é o mais baixo dos autorizados até o momento. Os consumidores de Minas Gerais atendidos pela Cemig Distribuição S/A, terão aumento médio de 7,07%, em São Paulo da Companhia Paulista de Força e Luz, é de 4,67% e no Rio de Janeiro passa dos 42%.