Rota bioceânica está mais pronta do que se imaginava, diz secretário
De volta para casa. Literalmente na estrada desde o dia 25, sexta-feira da semana passada, a expedição sul-mato-grossense da RILA (Rota de Integração Latino-Americana), formada por 80 pessoas, entre empresários, transportadores, autoridades governamentais e jornalistas, iniciou o retorno para Campo Grande.
Nesta terça-feira, já em território argentino, depois da extensa agenda de visitas aos portos e reuniões de negócios em Antofogasta e Iquique, no Chile, a caravana pernoita em Jujuy e amanhã terá uma série de encontros com autoridades em Salta, cidade do noroeste da Argentina, localizada ao pé das Cordilheiras dos Andes.
Ao fazer um balanço da viagem, o secretário estadual de Infraestrutura, Marcelo Miglioli, representante do Governo de Mato Grosso do Sul na expedição, disse que tem sido uma grande oportunidade de ver o lado prático da rota, e que a volta para Campo Grande será com o sentimento de que tudo o que foi visto está em situação muito melhor do que o imaginado, como condições para que a rota rodoviária se torne realidade.
“Nós imaginávamos que na parte argentina faltariam 100 km para serem pavimentados, mas faltam apenas 22 km, e as obras estão em execução, nós imaginávamos que o trecho paraguaio por ser mais extenso (678 km) demoraria muito para ser concluído, mas ouvimos das autoridades paraguaias que já foi aberto o primeiro lote do processo de licitação para a pavimentação, o primeiro lote agora nos próximos 60 dias, e o segundo lote em 2018”, comentou o secretário.
Segundo ele, a expectativa é de que a Argentina conclua todo o seu trecho rodoviário da rota, se não este ano, no mais tardar em 2018.
“No Paraguai nós tivemos a oportunidade de ver duas cidades muito arrumadas, Luma Plata e Filadelfia, que vão ficar bem no meio no trecho paraguaio, e isso significa uma boa condição de infraestrutura. Daquilo que eu imaginava, volto para Campo Grande com muito mais otimismo quanto a viabilidade e o sucesso dessa rota bioceânica”, declarou.
Marcelo Miglioli assegurou que a implantação da rota rodoviária pelo Paraguai, Argentina e Chila, a partir do município de Porto Murtinho, é o grande projeto de Mato Grosso do Sul, tanto na parte de infraestruta quanto na parte do turismo.
“Nós entendemos essa rota como de extrema importância. Na questão do turismo, assim como nós ficamos apaixonados pelos lugares que nós passamos, não tenho dúvida de que nossos irmaos paraguaios, argentinos e chilenos vão se apaixonar pelo nosso Mato Grosso do Sul. Então, eu acredito que o desenvolvimento econômico e o turismo, o social e o cultural são vias que vão caminhar juntas”, afirmou ele.
Com o Chile já pronto, Paraguai e Argentina se agilizando, cabe ao Governo de Mato Grosso do Sul viabilizar a construção da ponte sobre o rio Paraguai, ligando Porto Murtinho - cidade localizada a 431 km de Campo Grande - à cidade de Carmelo Peralta, no Paraguai.
Considerada ponto de partida para a rota bioceânica, a ponte entre Porto Murtinho e Carmelo Peralta deve custar R$ 60 milhões para os cofres do Governo Federal brasileiro. Atualmente a travessia de pessoas e de produtos e feita por balsas.