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Economia

"Uma em cada esquina": Campo Grande ganhou 154 farmácias nos últimos 5 anos

Novos estabelecimentos representam aumento de 81,05% desde 2018

Izabela Cavalcanti | 04/07/2023 10:17
Farmácia Drogasil, na Avenida Afonso Pena esquina com a Rua Padre João Crippa (Foto: Marcos Maluf)
Farmácia Drogasil, na Avenida Afonso Pena esquina com a Rua Padre João Crippa (Foto: Marcos Maluf)

Quem anda pelas ruas de Campo Grande tem a sensação de que em cada canto existe uma farmácia. Em cinco anos, o número de novas drogarias cresceu 81,05% ou 154 a mais, o que representa cerca de 30 estabelecimentos a cada ano. Os dados foram divulgados pelo Conselho Regional de Farmácia de Mato Grosso do Sul.

Em janeiro de 2018, eram 190 farmácias e agora, em junho deste ano, passou para 344. Se comparar somente os meses de junho do ano passado e de 2023, o número saiu de 307, neste caso, aumento de 12,04%.

A Drogasil, por exemplo, é uma das farmácias que está em destaque na Capital. De acordo com o Grupo RD-RaiaDrogasil, a empresa se instalou em Mato Grosso do Sul em 2012 exclusivamente com a bandeira Drogasil, inaugurando sua primeira filial em Campo Grande. Atualmente, são 51 filiais instaladas pelo Estado, sendo 34 farmácias distribuídas somente na Capital.

“A rede quer ser a empresa que mais promove saúde e bem-estar para a população até 2030. Por isso, mantém a expansão geográfica e a segmentação com foco nos clientes”, justificou o grupo.

Somente em Mato Grosso do Sul, foram inauguradas mais de 12 farmácias no ano passado, sendo seis delas instaladas em Campo Grande. Surgiram 156 oportunidades de trabalho.

Ainda de acordo com a nota enviada ao Campo Grande News, a expectativa é de investir ainda mais no Estado, com previsão de abrir novas filiais ainda neste ano.

“A empresa reconhece o desenvolvimento econômico e social da capital sul-mato-grossense como uma das variantes de maior relevância de decisão para instalar novas farmácias na Capital, que além disso, em 2022 teve um aumento de população de 14,13% em relação a 2010, de acordo com o IBGE”, concluiu.

Expansão - A expansão também chega aos olhos da população. O encarregado de expedição Fábio de Barros, de 34 anos, tem tido essa percepção.

Fábio de Barros percebe o aumento no número de farmácias por Campo Grande (Foto: Marcos Maluf)
Fábio de Barros percebe o aumento no número de farmácias por Campo Grande (Foto: Marcos Maluf)

“Onde eu moro deve ter cinco farmácias. Drogasil e Pague Menos sempre vejo espalhadas pela cidade. A maioria também tem desconto no remédio quando faz cadastro”, disse.

A estudante de Tecnologia da Informação Karine Elize de Souza, de 33 anos, também segue a mesma linha de raciocínio. “Essas de grandes redes já percebi que tem bastante. É igual uma São Bento de antigamente”, lembrou.

Erick em frente a Drogasil, na Avenida Afonso Pena (Foto: Marcos Maluf)
Erick em frente a Drogasil, na Avenida Afonso Pena (Foto: Marcos Maluf)

O operador de conveniência Erick Soares, de 22 anos, vê o cenário como uma ajuda às pessoas mais idosas. “Mudou muito. Aonde você vai, tem farmácia, qualquer esquina. Isso ajuda muito por conta que temos muitos idosos na cidade”, destacou.

Na visão do presidente do conselho, Flávio Shinzato, o que tem levado a essa expansão é a característica de saúde, sendo um dos primeiros locais que a população procura quando adoece.

“O segmento de farmácias e drogarias vem com expansão devido ao fato de terem características de um estabelecimento de saúde, hoje não mais só como um comércio de medicamentos. As farmácias estão vendo esse segmento como um acompanhamento da saúde da população, além de que também, culturalmente, a população tende a procurar as farmácias primariamente”, explicou.

Ainda de acordo com Shinzato, a localidade também tem sido um atrativo. “Elas se instalam geralmente em avenidas ou localidades que tenham fluxo de público, com isso, há uma concentração maior de farmácias, onde as redes concorrem entre si ou até as farmácias independentes, dando essa falsa sensação do número excessivo. É uma expansão contínua devido ao aumento populacional e a gente nota que nos grandes centros é tendencioso”, pontuou.

O índice médio indicado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) é que tenha uma farmácia para cada 10 mil habitantes.

Ou seja, em Mato Grosso do Sul, o necessário seria 89 estabelecimentos deste segmento para atender as 897.938 pessoas. Com isso, o Estado tem quase quatro vezes mais farmácias que o recomendado.

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