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Educação e Tecnologia

Sem receber bolsas, estudantes e pesquisadores protestam na Capital

Governo Federal já deixou de mandar R$ 9 milhões à UFMS somente este ano

Jéssica Benitez e Izabela Cavalvanti | 08/12/2022 10:59
Estudantes protestam no centro de Campo Grande (Foto Izabela Cavalcanti/Campo Grande News)
Estudantes protestam no centro de Campo Grande (Foto Izabela Cavalcanti/Campo Grande News)

Diante do contingenciamento de recurso da área da educação feito pelo Governo Federal nas últimas semanas, estudantes e pesquisadores da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) estão sem receber bolsas que auxiliam no custeio de suas vidas acadêmicas. Reunidos no centro de Campo Grande, na manhã desta quinta-feira (8), eles protestam e tentam mobilizar a sociedade quanto à situação que definem como "caótica".

Alice Soares, 22 anos, está no segundo semestre de Artes Visuais e sem receber bolsa de R$ 400 desde o mês passado. "O momento é de desespero", resumiu. Os bloqueios retiraram somente este ano R$ 19 milhões das instituições sul-mato-grossenses. Até agora foram R$ 9 milhões da UFMS e R$ 9,8 milhões da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados).

O contingenciamento mais recente ocorreu no fim de novembro e foi decretado pelo Siafi (Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal). Lucas Felipe Freitas, 29 anos, faz o quinto semestre de Ciências Econômicas e se dedica ao curso em tempo integral. Sem receber, ele apelou aos pais para conseguir pagar as contas deste mês.

Natural de Cubatão, interior de São Paulo, o universitário contou que sempre sonhou em ingressar em alguma universidade federal, mas jamais imaginou passar por isso. Filho de mecânico e dona de casa, ele conta com as economias da família para fechar a conta.

"Eles não têm condições, não podem arcar com duas casas, por isso é importante o auxílio para mim. Este mês entrei no cheque especial e precisei da ajuda deles para pagar o cartão", contou.

Mestranda em educação, a psicóloga Bruna Ximenes, 23 anos, tem dedicação exclusiva e, portanto, recebe bolsa de R$ 1.500. O valor é usado para pagar aluguel, alimentação e ainda inscrições para seminários e viagens de cunho acadêmico.

"As pessoas perguntam se eu não trabalho, sendo que este é justamente o meu trabalho e tão desvalorizado. Eu sabia que a situação era caótica, mas não a este ponto", desabafou.

O protesto teve apoio da Guarda Cível e grupo de segurança. Os manifestantes percorrem parte da Rua 15 de novembro, subiram a Rua 14 de Julho até a Rua Marechal Rondon. O ato terminou na Praça Ary Coelho.

Nacional - Em todo Brasil, foram R$ 344 milhões bloqueados desta última vez. Em nota, a Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior) informou que em 28 de novembro, durante o jogo da Seleção Brasileira, o Governo Federal informou bloqueio de R$ 1,4 bilhão na Educação, sendo que deste valor, R$ 344 milhões seriam retirados das contas das universidades. Isso, seis horas após o Ministério da Educação liberar o uso da verba.

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