Condomínio distribui bandeiras e faz coro para manifestações
Semana da Pátria – Até condomínio de luxo em Campo Grande “aderiu” ao verde e amarelo na semana em que faz alusão à Independência do Brasil, quando o País deixou de ser colônia de Portugal. No Damha 3, a flâmula brasileira foi hasteada e bandeirinhas do Brasil para carros serão distribuídas aos moradores.
Investimento – A administração do condomínio investiu ainda na elaboração de vídeo institucional que explica o motivo do “movimento”. “Vamos deixar o sentimento de patriotismo aflorar em nossos corações”, diz o texto.
Valores – O vídeo exalta os valores da “liberdade, igualdade e fraternidade”, lema da Revolução Francesa, em 1789. Estaria tudo bem, se o momento histórico europeu não tivesse acontecido 33 anos antes da Independência – em 1822 –, embora alguns historiadores defendam que as grandes transformações econômicas, políticas e sociais ocorreram na Europa no final do século XVIII influenciaram os rumos do Brasil colonial.
Reforço para manifestações – Tradicionalmente, a Semana da Pátria, de 1º a 7 de setembro, é marcada por diversos atos cívicos e militares, como o Desfile de 7 de Setembro, o hasteamento das bandeiras, entoação do Hino Nacional e outros momentos que envolvem entidades, escolas e autoridades. Nos últimos anos, movimentos ligados ao bolsonarismo têm se apropriado do período para manifestações, sempre usando verde e amarelo, como deve acontecer no próximo fim de semana, com o reforço das bandeirinhas nos carros dos moradores do Damha 3.
Lá vamos nós – Entre as nove votações na pauta dos vereadores de Campo Grande nesta quinta-feira (2), três são para decidir se derrubam ou não vetos do prefeito Marquinhos Trad (PSD). Os vetos são para os propostas já corriqueiras, que não são da alçada dos vereadores, mas mesmo assim, tomam tempo das assessorias jurídicas dos parlamentares.
Tintim por timtim – Não são só os assessores que se debruçam sobre os temas. A PGM (Procuradoria-Geral do Município) tem que justificar, porque recomendou o veto de Marquinhos e apontar exatamente cada ponto, explicando porque o vereador não pode legislar sobre o tema.
Aceito – No fim da tramitação dos projetos, que, às vezes, leva meses, alguns vereadores concordam com a justificativa do prefeito, como fez o vereador Epaminondas Silva Neto, o “Papy” (Solidariedade). No caso dele, o veto era parcial e não afetou a criação do Dia Municipal do Conselheiro Cristão, em 31 de outubro.
Horas e horas – Todo esse vai-e-vem acaba gerando longos debates na sessões. Pressionados, alguns vereadores precisam defender a matéria, mesmo cientes de que ela não prospere. Hoje, o vereador Ademar Vieira Júnior, o “Coringa” (PSD), deve fazer sua defesa ao veto total do prefeito ao projeto para tornar essenciais atividades de cabeleireiros, barbeiros, esteticistas, manicures, depiladores, podólogos e maquiadores.
Pressão – Ele e outros vereadores estão sendo “bombardeados” no WhatsApp. Há grupos de profissionais se mobilizando e pedindo para que os vereadores derrubem o veto. No entanto, a prefeitura alega que essas atividades não podem ser declaradas como essenciais, “por não preencherem os requisitos necessários para tal classificação”. A proposta é assinada também pelo Papy, Roberto Santana dos Santos, o “Betinho” (Republicanos) e William Maksoud (PTB).
Chega – Mas ainda têm parlamentares que não veem sentido nisso tudo. O vereador André Luís Soares (Rede) é um dos que dizem ser perda de tempo discutir projetos “inócuos”. Além de dizer que há excesso de legislação sobre determinados temas, Soares defende que os vereadores têm que ir às ruas, fiscalizando os serviços públicos.