Em praça, decoração de Natal é feita com cabaça e destroços do Pantanal
Instalação artística usou elementos coletados no bioma pantaneiro para fazer crítica às tragédias ocorridas na natureza
Na noite de ontem, o colorido das cabaças pintadas e as luzes de Natal mudaram o cenário da Praça Cuiabá, no bairro Amambaí. Uma instalação artística chamada “Árvore Chama do Cerrado ao Pantanal” foi aberta ao público até o dia 6 de janeiro para sensibilizar sobre a trágica realidade da natureza.
A instalação foi feita com uma árvore morta colocada na praça com uma série de elementos, entre eles materiais coletados nos incêndios do Pantanal.
“É uma criação coletiva que nasceu da “Oficina Imaginação Saracuteia”, do grupo de artistas e artesãos que fazem parte da Associação Cultural Sarau de Segunda. A inquietação que iniciou a criação de peças e obras feitas de materiais da flora regional, tendo como principal atuação a força feminina, empenhada em construir um novo mundo e não consertar o velho”, explica Mara Lúcia Lopes Rojas, presidente da associação.
Preocupadas com as causas ambientais, mulheres artesãs resolveram trabalhar com as sementes, fibras, cascas, cipós e madeiras descartadas pela própria natureza transformando uma parte em arte e, no caso das sementes, uma outra parte foi utilizada para plantar e produzir novas mudas.
A árvore que chama atenção na praça tem dezenas de cabaças pintadas à mão e iluminadas com lampadas coloridas internamente. Destroços da natureza queimada foram amarrados e atados ao tronco e aos galhos da árvore como representação Cerrado, “fazendo uma menção a uma árvore de natal invertida”, destaca Mara.
No chão, a instalação segue fazendo críticas, dessa vez às queimadas no Pantanal. As obras foam construídas também com destroços das queimadas. “E possuem nos elementos coletados da natureza viva que carregam uma beleza visual, representando a vida como animais, e até representações de ícones natalinos”, diz Mara.
Foram realizadas duas viagens para as áreas queimadas do Pantanal para que o grupo se sensibilizasse com a trágica realidade e pudesse criar as obras.
Sobre a oficina – O Grupo se encontra todas as sextas-feiras e cria coletivamente. “O nome Saracuteia se chama assim não por uma designação aleatória, mas por que o termo contém e condensa um conceito: movimento e teia. Nos movimentamos através da arte e da cultura para produzir teias que nos articulam com vários outros movimentos e atores culturais do nosso Estado”, finaliza a presidente.
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