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Artes

No primeiro dia, Cine Novo Oeste resgata a magia do cinema na praça

Estreia teve exibição pública do primeiro filme produzido na cidade, o Alma do Brasil

Thaís Pimenta | 13/04/2018 08:27
Orquestra Municipal de Campo Grande tocou a trilha sonora do "Alma do Brasil". (Foto: Roberto Higa)
Orquestra Municipal de Campo Grande tocou a trilha sonora do "Alma do Brasil". (Foto: Roberto Higa)

"Pra mim é um encontro que está no filme e está fora de quadro, cheio de reencontros no praça", assim o cineasta Joel Pizzini define o primeiro dia de exibições gratuitas do Festival Cine Novo Oeste, na Praça do Rádio Clube, no Centro de Campo Grande.

As duzentas pessoas presentes miravam os olhos com atenção ao grande telão montado no local, curiosos pela exibição pública do primeiro filme produzido em Campo Grande, o "Alma do Brasil", um vitafone produzido nos anos 30 de forma heroica por Libero Luxardo, que trata sobre a Retirada da Laguna.

A praça respirava arte por todo canto, desde a gastronomia e tinha até óculos de realidade virtual. A Orquestra Municipal de Campo Grande era quem tocava a trilha sonora original do filme, tornando o momento ainda mais especial a todos os presentes.

O momento também foi um resgate da origem do cinema em Mato Grosso do Sul, já que a primeira memória da sétima arte em Campo Grande data o ano de 1910, com cinematógrafo de Rafael Orico, que exibia em um lençol na parede uma série de fragmentos de imagens animadas no hotel Democrata, que depois viria a ser a Igreja Santo Antônio.

Eles tocaram a trilha original do filme. (foto: Roberto Higa)
Eles tocaram a trilha original do filme. (foto: Roberto Higa)

 O idealizador do evento, o jornalista AirtonRaes, disse que a noite de ontem foi a realização de um sonho que parecia impossível, devido aos dois calotes que o governo deu ao projeto, que era aprovado nos editais mas a verba não era liberada. "Esse foi o único projeto que passou três vezes nos editais. E finalmente ele saiu do papel para ser realizado este ano", explica.

Ainda de acordo com Joel Pizzini, o filme escolhido para abrir o festival é uma lenda cinematográfica porque, nos anos 80, José Octávio Guizzo, tentou exibi-lo para a população mas o filme de 50 minutos pegou fogo. A fita foi levada para a Cinemateca do Brasil para ser restaurada e por anos ficou esquecida.

Airton, Joel, Marinete Pinheiro e Athayde. (Foto: Roberto Higa)
Airton, Joel, Marinete Pinheiro e Athayde. (Foto: Roberto Higa)

"Foi uma experiência estética que eu acho que foi muito encorajadora para as novas gerações. O cinema precisa de a gente refrescar a memória, mostrar que temos uma tradição desde os anos 30, feito por meio de muita luta, reunindo figurantes da cidade para dar vida aos personagens", completa. 

As exibições seguem até domingo, e a programação conta com oficinas e debates intensos, com a presença do ator Antônio Pitanga. Para saber mais acesse o link  aqui.

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