Secretaria oferece Marco para a despedida de Ilton Silva
Família pedia ajuda para fazer translado do corpo, apoio que foi garantido pelo Governo do Estado
O Governo do Estado por meio da Secretaria de Cultura e Cidadania ofereceu o Marco ( Museu de Arte Contemporânea de Mato Grosso do Sul) para a despedida do artista plástico Ilton Silva, de 76 anos.
Por meio do Facebook, a família do artista pedia apoio para ajudá-los com o translado do corpo de Joinville (SC) a Campo Grande, onde o corpo será enterrado.
Em nota, a secretaria de cultura garantiu que “estão em contato com a família para auxiliar em todos os trâmites”. Além disso, o titular da pasta, Athayde Nery, lamentou a morte de Ilton e destacou que Ilton era um “grande artista que representava em suas telas toda a diversidade e riqueza de nossa cultura”.
Detalhes sobre dia e hora em que o corpo chegará ao Estado ainda não foram divulgados. A reportagem tentou contato com a família, mas foi informada que todos os trâmites ainda estão em curso.
O artista - lton morreu neste sábado (dia 23). Ele estava internado há cinco dias, com quadro de pneumonia e anemia. O artista nasceu em Ponta Porã, na fronteira com o Paraguai.
Na infância, os primeiros desenhos foram na areia. Depois, começou a frequentar a escolade uma tia, que o deixava desenhar na lousa. O primeiro quadro foi aos 11 anos de idade.
Em 2016, o Lado B encontrou o artista, que morava em Santa Catarina, no Hotel União, em Campo Grande. Na bagagem, sua série mais famosa: “Cores e Mitos”, com telas multicoloridas. A série foi inspirada no cultivo da erva-mate, com mulheres paraguaias e benzedeiras.
Segundo ele, eram os cenários de quando menino. “Aquelas trabalhadoras da erva-mate pegavam as criancinhas no colo e parecia que o amor que elas tinham era tão grande, que saravam”, disse ao Lado B em 19 de outubro de 2016.
De “Cores e Mitos”, Ilton passou para outras séries, como “Peão” e “Natureza Viva”. “Com o tempo vão entrando novos personagens. A gente não fica parado e não acaba nunca”, disse.
Contando de sua veia cigana, ele pretendia vender as obras, ainda que pela metade do preço e relatou viver tempos difíceis. Ele deixa cinco filhos.