Usando penas e sementes, Sulivan vende arte terena pelo Instagram
Aos 20 anos, ele aposta no artesanato para não deixar a tradição ser esquecida e usa até sementes nas produções
Para valorizar a cultura indígena, Sulivan Barros Pereira resolveu transformar penas e sementes em cocares e acessórios. Aos 20 anos, ele é da etnia terena e vive na aldeia Limão Verde, próximo à Aquidauana, cidade que fica a 140 quilômetros de Campo Grande. Em meio a natureza, a calmaria toma conta e o artesão aproveita para criar.
“É gratificante e amo fazer artesanato, pois aprendi ainda pequeno, quando tinha 8 anos de idade. Hoje é sustento meu e da minha família. É uma forma de reconhecimento e mostrar um pouco da minha cultura terena”, destaca.
Ele é um rapaz jovem e considerado um verdadeiro artista por conta dos trabalhos que faz. Tudo começou quando Sulivan ainda era criança, na época que se encantou por uma pulseira que viu no braço dos primos e quis usar uma também.
“Nem todos tinham pulseira, pois antigamente, alguns usavam como acessório do dia a dia. Contudo, hoje somente usam em ocasiões importantes, como o Dia do Índio [celebrado anualmente 19 de abril]. Queria uma pulseira aí, fiz uma pra mim”, lembra.
O primeiro resultado logo chamou atenção dos amigos. “Muitas pessoas estavam gostando da minha arte, aí, fui tendo novas ideias e não parei mais. Tudo que é de arte indígena, observando, consigo fazer”.
O tempo passou e a cada ideia surge uma nova criação. Ele começou transformando sementes em pulseiras, mas logo expandiu e com algumas penas, também fez vários cocares para vender. Aos poucos, foi se aperfeiçoando e incluindo nas produções colares, capas de celulares e até arco e flecha.
“São feitos de sementes das árvores, penas, taboca, folha de buriti”, diz. A matéria-prima é encontrada na própria aldeia, o que torna o trabalho ainda mais valioso, pois Sulivan precisa encontrar os produtos na mata. Mas, em nenhum momento é feito a caça ou abate de animais. Algumas aves fazem a troca natural das penas e são essas, deixadas na natureza, que o artesão coleta para produzir os cocares.
O artesão ainda comenta que as produções têm significados. “Simbolizam as diversidades de materiais que temos disponíveis dentro da aldeia, sementes, penas entre outros, para se fazer os acessórios para comemoração de datas importantes do nosso povo”.
Os produtos também são feitos por encomendas e, por se tratar de um trabalho manual e que exige muita dedicação, os preços variam de R$ 5,00 a R$ 3.000,00. “Isso depende do tamanho e do tempo que leva para confeccionar os artesanatos”, explica.
Encomendas podem ser feitas através do Instagram da Aldeia Marçal de Souza @marcal._.souza.
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